“Rerum Novarum”: a atualidade de uma encíclica
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28/04/2016“O progresso da medicina regenerativa e o seu impacto cultural”. Este é o tema da III Conferência Internacional sobre o tema a ter lugar no Vaticano, de hoje a 30 de abril. A abordagem do encontro será interdisciplinar: o objetivo é o diálogo sem preconceitos sobre pesquisa celular, medicina, tecnologia, fé e cultura para responder da melhor forma às exigências de cura e de esperança aos doentes. O foco principal dos das conferências e debates será a cura de doenças raras. A organização do encontro é de responsabilidade do Pontifício Conselho da Cultura e diversas parcerias, entre as quais a Fundação Stem for Life. Na sexta-feira, os participantes serão recebidos pelo Papa Francisco.
O contexto no qual se realiza o encontro no Vaticano é o prosseguimento do diálogo entre ciência e fé, chegado a duas consciências – sublinha o Cardeal Gianfranco Ravasi, Presidente do dicastério vaticano – ou seja, que o conhecimento humano não se esgota no mero conhecimento científico e que, para explicar a criatura humana, é necessária também a contribuição da psicologia, da filosofia e da espiritualidade:
“Este encontro torna-se realmente um convite para recordar que a medicina não é somente – não obstante o título – uma questão celular, biológica. É uma questão cultural, antropológica”.
O acento, portanto, será dialógico, a temática científica. No centro, as doenças raras, cerca de seis mil no mundo, e as condições debilitantes dos pacientes afetados, cerca de 300 milhões, considerando as suas famílias. “Uma emergência global” que não recebe a devida atenção, afirma Padre Tomasz Trafny, Diretor do Departamento Ciência e Fé do Pontifício Conselho para a Cultura. “Nós – sublinhou – queremos mostrar os progressos da pesquisa e dar uma mensagem de esperança precisamente no âmbito da pesquisa eticamente aceitável e consoante aos nosso valores”:
“Nós nos comprometemos em apresentar aquilo que é acessível: um horizonte de pesquisa que diga respeito às doenças oncológicas, diabetes, algumas terapias celulares, para mostrar que a ciência realmente progride de maneira significativa. Muitos conferencistas querem dialogar entre eles, para encontrar as melhores soluções possíveis, mas tudo isto no âmbito da pesquisa adequada aos padrões de nossa ética, de nossa sensibilidade e valores elevados. Existe um número enorme de pesquisas, de protocolos de pesquisa – dezenas de milhares – que não suscitam nenhum problema ético ou moral e que podem ser aplicados nas estruturas hospitalares e nos percursos de cura, sem nenhum problema”.
Mas “no Simpósio – acrescentou Padre Tomasz Trafny – queremos também desafiar visões científicas que não correspondem ao perímetro do nosso código ético, sem polêmicas ou posições apodítico:
“Nós esperamos muito mais da pesquisa feita com células estaminais adultas, porque existem muitos “trial” clínicos e muitas aplicações que foram desenvolvidas em relação às embrionárias. Portanto, o nosso objetivo não é polemizar, mas é o diálogo e uma mensagem de esperança para individuar os pontos fortes”.
Neste sentido, “empatia” será a primeira palavra-chave do encontro, segundo os organizadores, junto com o potencialização da pesquisa e com a garantia da acessibilidade aos tratamentos, para não deixar ninguém sem esperança. A este propósito, são enormes nos últimos anos, os progressos registrados na cura celular dos tumores e das doenças raras, como explicou a Dra. Robin Smith, Presidente della Fundação “The Stem for Life”:
“Estamos aqui para promover o diálogo entre ciência e fé e ajudar as pessoas a compreender os progressos da medicina que faz uso de células do próprio corpo…. Imaginem se, ao invés de tratar os sintomas, fôssemos capazes de ajudar o corpo a combater estas doenças e a curá-las…. Existem mais de 30 mil testes clínicos em andamento, tratados com a terapia das células. Estamos aprendendo a recolher todas as informações sobre genomas, todos os dados pessoas, os monitoramentos da saúde das pessoas feitos ao longo dos anos…. Assim, quando tivermos recolhido todas as informações, poderemos determinar quais sub-estirpes das doenças existem e qual é o melhor método para tratá-las. Agora existe o grande interesse pela imuno-oncologia, isto é, regenerar o sistema imunitário, colocando-o em condições de agredir as células que poderiam ser cancerígenas, um setor de grande interesse”.
O programa dos três dias de trabalho prevê como temas gerias: a esperança dos nossos filhos, as descobertas celulares e tecnológicas na cura do câncer, as fronteiras celulares entre pesquisa, regulamentos e financiamentos.
Por Rádio Vaticano