Papa participará em outubro de encontro Repensar a Europa
18/05/2017Civilidade e respeito
18/05/2017Na manhã de terça-feira, 16 de maio, em Brasília (DF), foi realizada uma reunião de representantes de várias entidades entre as mais de 100 que fizeram parte do movimento Coalizão pela Reforma Política e Eleições Limpas que colheu quase um milhão de assinaturas para endossar uma proposta ao Congresso Nacional. O encontro já é o segundo de uma nova série de reuniões com o objetivo de retomar as discussões sobre o tema. O bispo auxiliar de Belo Horizonte (MG) e representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) na Coalizão, dom Joaquim Mol, coordenou os trabalhos e o encontro ainda contou com uma mensagem do bispo auxiliar de Brasília (DF) e secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner.
“A CNBB vem insistindo há muito tempo em uma reforma política, não apenas em alguns pontos, mas em uma reforma política verdadeira”, disse dom Leonardo. “Se formos observar as notas da CNBB, ela sempre se voltou a essa questão: a necessidade urgente de uma reforma política para podermos retomar a ética na política”, sublinhou o secretário-geral. Ele considera que iniciativas como a da coalizão expressam a tentativa da sociedade em dar uma contribuição no debate sobre Reforma Política. Por causa dessa importância, segundo dom Leonardo: “foi necessário agora retomar essa discussão, debates e reflexões sobre a reforma política com a Coalizão”.
“A coalizão foi muito importante, continua sendo e será importante. Por meio desse fórum, representado pela Coalizão, poderemos continuar a discutir com a sociedade como, realmente, poderemos fazer uma Reforma da Política, dando assim uma contribuição para uma sociedade que deve ser sempre fraterna, justa e solidária”, disse dom Leonardo.
Dom Leonardo disse que sua mensagem no encontro da Coalizão foi, na verdade, “mais um pedido da Conferência para envolvermos a sociedade toda nesse diálogo e debate para termos uma sociedade que seja justa, fraterna e que a política tenha o primado da ética, porque sem a participação da sociedade como um todo, nós não teremos uma Reforma Política realmente democrática”.
A CNBB tem insistido no tema da Reforma Política em várias instâncias. Na última assembleia geral, realizada em Aparecida (SP), entre os dias 26 de abril e 5 de maio, os bispos emitiram uma nota sobre o grave momento que o Brasil atravessa na qual recordaram: “É sempre mais necessária uma profunda reforma do sistema político brasileiro. Com o exercício desfigurado e desacreditado da política, vem a tentação de ignorar os políticos e os governantes, permitindo-lhes decidir os destinos do Brasil a seu bel prazer. Desconsiderar os partidos e desinteressar-se da política favorece a ascensão de ‘salvadores da pátria’ e o surgimento de regimes autocráticos. Aos políticos não é lícito exercer a política de outra forma que não seja para a construção do bem comum. Daí a necessidade de se abandonar a velha prática do ‘toma lá, dá cá’ como moeda de troca para atender a interesses privados em prejuízo dos interesses públicos”.
Os principais objetivos dessa nova série de debates da Coalizão são o de continuar levantando emendas para o projeto de Reforma Política que atualmente tem como relator o deputado Vicente Cândido, do PT de São Paulo, e proporcionar um amplo debate entre as entidades a respeito do momento atual da sociedade e a política no Brasil.
O secretário-executivo do Centro Nacional de Fé e Política dom Helder Câmara (CEFEP), padre Ernane Pinheiro, que participou da reunião, relatou que “os participantes da reunião tomaram três decisões importantes: fazer contato com os departamentos de comunicação de todas as entidades para propor mais irradiação da retomada dos debates; enviar uma mensagem às entidades membros da Coalizão, comunicando a retomada da discussão e a elaboração de uma mensagem desta articulação em agradecimento à CNBB pelo posicionamento firme manifestado nas últimas notas oficiais a respeito da Reforma da Previdência, aos trabalhadores do Brasil e a respeito do grave momento nacional.
Por CNBB