Às autoridades moçambicanas, Francisco pede a “coragem da paz”
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05/09/2019
Dom Miguel Ángel Ayuso Guixot, MCCJ, será um dos 13 novos cardeais que receberão no consistório de 5 de outubro de 2019 o barrete vermelho. Dom Ayuso é o primeiro cardeal do Instituto dos Missionários combonianos. É presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso desde 25 de maio passado substituindo o cardeal Jean Louis Tauran, falecido em julho de 2018. O futuro cardeal é engajado no caminho do diálogo com outras religiões, principalmente com o Islã, que conhece profundamente depois de anos de estudos e ensinamentos acadêmicos.
Nascido em Sevilha na Espanha, em 17 de junho de 1952, foi ordenado sacerdote em 20 de setembro de 1980, e missionário do Egito e no Sudão até 2002. Foi professor de Islamologia em Cartum e no Cairo, e é professor no Instituto de Estudos Árabes e de Islamística, onde foi presidente até 2012.
Dom Ayuso acompanhou o Papa Francisco nos Emirados Árabes em fevereiro passado, onde foi assinado o histórico documento sobre a Fraternidade Humana com o Grão Imame de Al-Azhar (Abu Dhabi, 4 de fevereiro de 2019).
Como o senhor recebeu a nomeação do Papa Francisco e também: como a Igreja de hoje contribui à paz no mundo com o diálogo inter-religioso?
Dom Ayuso: Primeiramente, gostaria de agradecer, como meu primeiro sentimento de grande reconhecimento, Papa Francisco por ter lembrado de mim. Sei que considera muito o trabalho que fiz junto com o nosso querido cardeal Jean- Louis Tauran , que nos deixou em 5 de julho do ano passado… Agora como presidente do Dicastério procuro continuar o seu trabalho. Agradeço Papa Francisco que está continuando neste caminho de um diálogo inter-religioso e intercultural que se abriu na Igreja com grande intensidade desde o início de seu Pontificado, em continuidade com os precedentes. Papa Francisco quer que a sua mensagem chegue ao coração da humanidade, do ser humano, em favor da sua dignidade e de um mundo que possa viver em um espírito como o que foi manifestado na Declaração de Abu Dhabi, um mundo novo onde possa reinar a fraternidade, a paz e a convivência comum. Este é o grande desafio da humanidade. Espero poder continuar contribuindo nesta direção para buscar, junto com o Papa Francisco, a contribuição para curar as doenças do mundo. Acreditamos que este bálsamo de uma maior fraternidade, de cultura da inclusão, de cultura do diálogo em favor de uma paz que não existe em muitos lugares do mundo, seja fundamental e possa abrir o caminho à convivência comum, para podermos nos sentir humanamente verdadeiros irmãos e irmãs. E das nossas diferenças, sempre enraizadas na nossa própria identidade, sermos verdadeiras testemunhas do amor que recebemos de Jesus Cristo, para toda a humanidade.
Uma pergunta pessoal: como o senhor ficou sabendo da notícia?
Dom Ayuso: Eu estava voltando da paróquia… a primeira conversa telefônica me deixou muito comovido, fiquei verdadeiramente comovido… porque eu estava um pouco confuso: alguns colaboradores do Dicastério, de fato, tinham me avisado da nomeação com mensagens… Mas depois, recebi um telefonema muito especial do comandante Giani [da Gendarmeria vaticana] que me parabenizava por ter ouvido a notícia, este telefonema me deixou muito emocionado, porque naquele momento ele representava esta grande família que formamos, a Cúria Romana, na qual todos estamos a serviço do Santo Padre.
Via Vatican News