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13/01/2016Chegou hoje às livrarias do mundo inteiro o livro-entrevista do Papa Francisco com o título “O nome de Deus é Misericórdia”. Este é o resultado de uma série de diálogos do Santo Padre com o vaticanista italiano Andrea Tornielli.
Entre os diferentes temas mencionados pelo Pontífice neste livro, ressalta a importância do Ano Santo da Misericórdia, iniciado no dia 8 de dezembro de 2015.
Diversos meios de comunicação falaram deste texto e se centraram na pergunta que Tornielli fez a respeito dos homossexuais. A seguir a pergunta do vaticanista e a resposta completa do Papa:
Tornielli: Posso lhe perguntar sobre sua experiência como confessor de homossexuais? Na coletiva de imprensa no voo de retorno do Rio de Janeiro à Roma, você disse a famosa frase: ‘Quem sou eu para julgar?’.
Papa Francisco: Naquela ocasião disse isto: Se uma pessoa for gay e busca o Senhor e está disposto a isso, quem sou eu para julgá-la? Estava parafraseando com o Catecismo da Igreja Católica, o qual afirma que estas pessoas devem ser tratadas com delicadeza e não devem ser marginalizadas. Alegra-me que falemos sobre as pessoas homossexuais, porque antes de mais nada existe a pessoa individual em sua totalidade e dignidade. E as pessoas não devem ser definidas somente pelas suas tendências sexuais: não esqueçamos que Deus ama todas suas criaturas e que estamos destinados a receber seu amor infinito. Prefiro que os homossexuais busquem a confissão, que estejam perto do Senhor e que rezemos todos juntos. Podemos pedir-lhes que rezem, mostrar-lhes boa vontade, mostrar-lhes o caminho e acompanhá-los a partir da sua condição.
O livro
“O nome de Deus é Misericórdia” foi publicado em português pela editoria Planeta e está dividido em nove capítulos e um apêndice que traz a Bula “Misericordiae Vultus”, documento por meio do qual o Santo Padre convocou este Ano Santo ou Jubileu da Misericórdia.
Entre os capítulos, destacam “Um tempo para a Misericórdia”, “O dom da confissão”, “Um pecador como Simão Pedro”, “Muita Misericórdia?”, “Pecadores sim, corruptos não” e “Vivendo o Ano Santo da Misericórdia”.
No texto, o Santo Padre explica também de onde veio a sua inspiração para convocar este tempo especial para a Igreja: “não houve um momento particular ou definitivo. As coisas aconteceram por si mesmas, sempre do jeito do Senhor e logo foram preservadas na oração”.
“Normalmente nunca confio na minha primeira reação ante uma ideia ou uma proposta que me fazem. Nunca confio em mim mesmo, pois a minha primeira reação pode ser equivocada. Aprendi a esperar, a confiar no Senhor, pedindo a sua ajuda, a fim de que possa discernir melhor e receber orientação”, disse Francisco.
“Posso dizer que a centralidade da misericórdia, que é a mensagem mais importante de Jesus para mim, evoluiu lentamente com o passar dos anos em meu serviço como sacerdote, como consequência de minha experiência como confessor e graças às muitas histórias positivas e bonitas que conheci”.
Por ACI