Francisco: João Paulo II, homem de oração, proximidade e justiça que é misericórdia
18/05/2020Vaticano desinfeta as Basílicas Papais para evitar contágios de coronavírus
18/05/2020
Era a missa do início do pontificado, em 22 de outubro de 1978. Hoje João Paulo II completaria 100 anos de idade. Atravessou o século perseguido pelas duas piores ditaduras, marcado por graves dores familiares, pelas dificuldades da guerra, compartilhando o árduo trabalho dos operários, estudando como seminarista clandestino, acompanhando jovens universitários com mil problemas, vendo bispos e sacerdotes de seu país perseguidos, mas sempre confiando-se à mesma pessoa…
“Irmãos e Irmãs: não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o Seu poder! E ajudai o Papa e todos aqueles que querem servir a Cristo e, com o poder de Cristo, servir o homem e a humanidade inteira! Não, não tenhais medo! Antes, procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Ao Seu poder salvador abri os confins dos Estados, os sistemas econômicos assim como os políticos, os vastos campos de cultura, de civilização e de progresso! Não tenhais medo! Cristo sabe bem ‘o que é que está dentro do homem’. Somente Ele o sabe!”
25 de março de 1984. Nossa Senhora de Fátima
Na Basílica Vaticana, João Paulo II despedia-se da imagem de Nossa Senhora de Fátima, transferida para o Vaticano no Ano Santo da Redenção. Gigante da fé, ele também tinha o olhar do profeta, juntamente com o prudente realismo político, e a vontade de olhar para o futuro. Como Papa, continuou o novo humanismo do seu predecessor Paulo VI: nada mais importante do que a dignidade do homem, começando de seu trabalho.
“Confiando-Vos, ó Mãe, o mundo, todos os homens e todos os povos, nós Vos confiamos também a própria consagração do mundo, depositando-a no Vosso Coração materno. De modo especial Vos entregamos e consagramos aqueles homens e aquelas nações, que desta entrega e desta consagração têm particularmente necessidade”
Trabalho e dignidade
Em 1983, em um Congresso da Conferência dos Bispos Italianos sobre o tema do trabalho disse palavras que poderiam ser destinadas ao mundo atual.
“Os problemas relativos à crise quantitativa do trabalho estão à vista de todos: o drama do desemprego, a difícil situação dos que se encontram em ‘desemprego temporário’, os jovens que não conseguem obter um lugar de trabalho; e depois, também os emigrantes e os estrangeiros, os deficientes e os anciãos, sem esquecer os problemas relativos ao duplo emprego, à mobilidade profissional, à casa, aos transportes, ao próprio uso do desemprego temporário, bem como ao abuso que se faz por vezes do direito à greve”
Completando:
“É necessária uma renovada e precisa atenção, bem como um claro testemunho no mundo do trabalho, porque surgem sempre nele novas interrogações e novos problemas, nascem novas esperanças, como também motivos de temor e ameaças, ligados a esta dimensão fundamental da existência humana”
O atentado de 13 de maio de 1981
A veste branca manchada de sangue. Alguns dias depois, dia 17 de maio, no leito hospitalar recitava o Regina Coeli pronunciando estas palavras:
“Sei que nestes dias, e de modo especial nesta hora do Regina Caeli estais unidos a mim. Agradeço-vos comovido as vossas orações e abençoo-vos a todos. Estou particularmente próximo das duas pessoas atingidas como eu. Peço pelo irmão que me feriu, a quem perdoei sinceramente. Unido a Cristo, Sacerdote e vítima, ofereço os meus sofrimentos pela Igreja e pelo mundo. A Ti, Maria, repito: Totus tuus eco sum.”
Terceiro Milênio
No Ano Santo que nos levou ao Terceiro Milênio João Paulo II afirmava:
“Nesta Noite Santa, o Anjo nos repete, homens e mulheres do final do milênio: “Não temais, eis que vos anuncio uma grande alegria… Hoje nasceu para o mundo, na cidade de David, um salvador”(Lc 2, 10-11). Nós nos preparamos para acolher estas palavras consoladoras durante o tempo do Advento: nelas se atualiza o “hoje” de nossa redenção. A esta hora, o “hoje” ressoa com um timbre singular: não é apenas a memória do nascimento do Redentor, é o início solene do Grande Jubileu. […] Aos pés do Verbo Encarnado depositamos alegria e apreensões, lágrimas e esperanças. Somente em Cristo, o homem novo, o mistério do ser humano encontra a verdadeira luz.”
Via Vatican News