Aparecida: uma história de amor
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03/10/2017A Sociedade Brasileira de Mastologia (SBM) escolheu o acesso ao tratamento como prioridade da campanha anual de combate ao câncer de mama e de conscientização sobre a importância da detecção precoce da doença. Todos os anos, a SBM promove campanhas como parte do movimento internacional Outubro Rosa.
“Não adianta a gente discutir terapias ultramodernas, cirurgias sofisticadas, radioterapia intraoperatório se as mulheres que têm câncer de mama no nosso país não conseguem agendar uma consulta com mastologista ou não conseguem fazer uma mamografia”, lamentou ontem (2), em entrevista à Agência Brasil, o presidente da SBM, Antônio Frasson.
A falta de acesso atinge, principalmente, pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o que provoca sofrimento na paciente e na família. A reversão desse quadro, segundo Frasson, depende mais de políticas públicas de atenção à saúde do que dos profissionais médicos.
O especialista destacou que a dificuldade de acesso é um fator que limita e atrapalha o tratamento de câncer de mama no Brasil. “A falta de agilidade não só no tratamento, mas também no diagnóstico, faz com que muitas mulheres ainda sofram muito nas filas. Fila para fazer mamografia, fila para agendar uma consulta, fila para tirar uma dúvida, fila para agendar biópsia, para fazer cirurgia, quimioterapia, radioterapia”, disse.
Mobilização
Segundo Frasson, os profissionais da SBM estão mobilizados para garantir agilidade no tratamento.
“Depois que a paciente chega até a gente, nós que trabalhamos no SUS, procuramos queimar etapas tradicionais, encurtar o tempo e agilizar o tratamento.”
De acordo com o especialista, existe uma demanda reprimida nos postos de saúde o que faz com que as pacientes demorem mais a chegar nos profissionais.
Ele defendeu que as prefeituras também se organizem para tentar fazer o atendimento de forma mais ágil, uma vez que, em geral, a consulta é agendada primeiramente no posto de saúde para que depois a mulher seja encaminhada ao centro de referência.
Além disso, muitos aparelhos de mamografia precisam de reposição ou não estão disponíveis, o que também atrasa o atendimento. Para dar início à quimioterapia, uma das fases do tratamento, Frasson explica que existe uma longa fila. “A demanda é maior do que os recursos que são disponibilizados.”
Diagnóstico precoce
Frasson ressaltou que o diagnóstico precoce facilita as cirurgias que, em geral, são menores, encurta o período da radioterapia e da quimioterapia e diminui custos emocionais e econômicos. “É muito mais simples você tratar um tumor pequeno do que um grande.”
Antônio Frasson disse que outro aspecto importante é a própria mulher se interessar pela sua saúde e lutar pelos seus direitos. “Direito de fazer mamografia a partir dos 40 anos, direito de ter acesso ao tratamento médico. A mobilização deve ser de todos, da sociedade como um todo”.
Laço Rosa
Dentro do Outubro Rosa, diversas iniciativas ocorrerão no Rio de Janeiro. Hojeã (3), o Centro de Visitantes Paineiras, no Morro do Corcovado, onde está situado o Cristo Redentor, recebe o caminhão escola da Fundação Laço Rosa, denominado Força na Peruca.
A instituição sem fins lucrativos foi criada em 2011 e hoje se destaca no Brasil e no mundo divulgando informação sobre o câncer de mama e defendendo os direitos de pacientes e o resgate da autoestima.
No Centro Paineiras, os visitantes poderão conhecer o veículo itinerante e a proposta do projeto que vai circular pela cidade durante todo mês. Quem quiser, poderá também fazer doação de cabelos com os quais serão confeccionadas perucas para mulheres em tratamento quimioterápico. A Fundação Laço Rosa tem um projeto pioneiro, o Banco de Perucas Online, de doação gratuita de perucas pela internet para pacientes em quimioterapia, que já atendeu milhares de famílias.
Por Agência Brasil