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Em sua homilia, o Pontífice comentou a Carta aos Romanos, em que São Paulo exorta a não julgar e a não desprezar o irmão, porque isto – afirmou o Papa – leva a exclui-lo do “nosso grupinho”, a ser “seletivo e isto não é cristão”. Cristo, de fato, “com o seu sacrifício no Calvário” une e inclui “todos os homens na salvação”. No Evangelho, se aproximam de Jesus os publicanos e os pecadores, “isto é, os excluídos, todos os que estavam fora”, e “os fariseus e os escribas murmuravam”:
“A atitude dos escribas e dos fariseus é a mesma, excluem: ‘Nós somos os perfeitos, nós seguimos a lei. Eles são pecadores, são publicanos’. E a atitude de Jesus é incluir. Existem dois caminhos na vida: o caminho da exclusão das pessoas da nossa comunidade e o caminho da inclusão. O primeiro pode ser pequeno, mas é a raiz de todas as guerras: todas as calamidades, todas as guerras, começam com uma exclusão. Exclui-se da comunidade internacional, mas também das famílias, entre os amigos, quantas brigas… E o caminho que Jesus nos mostra e nos ensina é contrário ao outro: incluir”.
“Não é fácil incluir as pessoas – observou o Papa – porque há resistência, há aquela atitude seletiva”. Por isso, Jesus conta duas parábolas: a da ovelha perdida e a da mulher que perde uma moeda. Seja o pastor, seja a mulher fazem de tudo para encontrar aquilo que perderam. E quanto conseguem, se enchem de alegria:
“Estão alegres porque encontraram aquilo que estava perdido e vão até os amigos, os vizinhos, porque estão muito felizes: ‘Encontrei, incluí’. Isto é a inclusão de Deus, é contra a exclusão de quem julga, que expulsa o povo, as pessoas… ‘não, este não, aquele não…’ e constrói um pequeno círculos de amigos que é o seu ambiente. É a dialética entre exclusão e inclusão. Deus incluiu nós todos na salvação, todos! Este é o início. Nós, com nossas fraquezas, com nossos pecados, com nossas invejas e ciúmes, temos sempre esta atitude de excluir que – como disse – pode terminar em guerra”.
Jesus – afirma o Papa – faz como o Pai que o enviou para nos salvar, ‘procura-nos para nos incluir’, para ‘ser uma família’:
“Pensemos um pouco e pelo menos… façamos o mínimo… não julguemos mais: ‘Este faz assim…’. Mas Deus sabe: é a sua vida, mas não o excluo de meu coração, de minha oração, de minha saudação, de meu sorriso… e quando tiver ocasião, lhe digo uma palavra bonita. Não excluir jamais, não temos o direito! Paulo termina a Leitura: “Todos nos apresentaremos ao tribunal de Deus; portanto, cada um de nós prestará contas de si mesmo a Deus”. Se eu excluir, quando estiver diante do tribunal de Deus deverei prestar contas de mim mesmo. Peçamos a graça de sermos homens e mulheres que incluem sempre… na medida da sã prudência, mas sempre. Não fechar as portas a ninguém, sempre com o coração aberto: “Gosto, não gosto, mas com o coração aberto. Que o Senhor nos dê esta graça”.
Por Rádio Vaticano