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28/11/2016O Papa Francisco recebeu em audiência na manhã de segunda-feira, 28, os membros da Pontifícia Academia das Ciências que participam de reunião sobre o tema da sustentabilidade.
Em seu discurso, o Pontífice ressaltou que nunca foi tão evidente como agora a missão da ciência a serviço de um novo equilíbrio ecológico global. De modo especial, ressaltou a renovada aliança entre a comunidade científica e a comunidade cristã para proteger a casa comum, “ameaçada pelo colapso ecológico e pelo consequente aumento da pobreza e da exclusão social”.
Citando a Encíclica Laudato si, o Papa falou da necessidade de uma “conversão ecológica”, que requer, de um lado, a plena assunção da responsabilidade humana para com a criação e os seus recursos e, de outro, a busca da justiça social e a superação de um sistema injusto que produz miséria, desigualdade e exclusão.
Novo modelo
Para Francisco, cabe antes de tudo aos cientistas – livres de interesses políticos, econômicos e ideológicos – construir um modelo cultural para enfrentar a crise das mudanças climáticas e de suas consequências. Do mesmo modo que foi capaz de estudar e demonstrar a crise do planeta, hoje a categoria é chamada a construir uma liderança que indique soluções nos campos hídrico, das energias renováveis e da segurança alimentar.
Os cientistas, acrescentou, podem colaborar num sistema normativo que inclua limites invioláveis e garanta a proteção dos ecossistemas, antes que as novas formas de poder produzam danos irreversíveis não somente ao meio ambiente, mas também à convivência, à democracia, à justiça e à liberdade.
O Pontífice criticou a submissão da política à tecnologia e à finança, que buscam o lucro acima de tudo. Esta submissão é demonstrada pelo atraso na aplicação dos acordos mundiais sobre o meio ambiente, além das contínuas guerras de predomínio disfarçadas de nobres reivindicações, que causam sempre mais prejuízos à natureza e à riqueza moral e cultural dos povos.
“Não percamos a esperança e vamos aproveitar o tempo que o Senhor nos dá”, pediu o Papa, pois existem inúmeros sinais encorajadores de uma humanidade que quer reagir, escolher o bem comum e regenerar-se com responsabilidade e solidariedade.
Plenária
“Ciência e Sustentabilidade. Impacto dos conhecimentos científicos e da tecnologia sobre a sociedade humana e sobre o meio ambiente” é o tema da Plenária deste ano da Academia.
Desde o dia 25, os membros são convidados a refletir sobre como os avanços científicos já alcançados ou ainda a serem descobertos podem impactar de maneira positiva ou negativa no desenvolvimento sustentável das sociedades e em seu meio ambiente.
O único brasileiro membro da Pontifícia Academia é o Professor da Universidade de São Paulo (USP), Vanderlei Bagnato. Em sua palestra, em 29 de novembro, Dr. Bagnato desenvolverá o tema “Novas formas fotônicas para controlar infecções locais em crianças – Evitando a catástrofe antibiótica”.
Por Canção Nova, com Rádio Vaticano