SANTA LÍDIA, COMERCIANTE DE PÚRPURA
27/03/2017Francisco: para seguir Jesus é preciso abandonar “falsas luzes” e confiar nele
27/03/2017Antes de se despedir de Milão neste sábado, 25, onde realizou uma visita pastoral, o Papa Francisco teve um encontro com os jovens recém-crismados. Ele respondeu a três perguntas: de um jovem, de um casal e de uma catequista.
A primeira pergunta dirigida a Francisco foi sobre o que ele fez, quando jovem, para fazer crescer sua amizade com Jesus. O Papa citou, primeiramente, os avós. “Os avós têm sabedoria da vida e eles, com aquela sabedoria, nos ensinam como ir mais próximo a Jesus. (…) Um conselho: falem com os avós, perguntem o que quiserem, escutem os avós, é importante nesse tempo falar com os avós”.
Francisco também indicou brincar com os amigos, sem insultar, brincar como Jesus brincava. “Jesus brincava com os outros, faz bem a nós brincar com os amigos, porque quando o jogo é limpo se aprende a respeitar os outros, se aprende a trabalhar todos juntos e isso nos une a Jesus”.
Além dos avós e dos amigos, a paróquia também ajudar a cultivar a amizade com Jesus, disse o Papa. “Ir à paróquia, ao oratório, reunir-se com os outros. Isso é importante. Essas três coisas são um conselho que eu vos dou: essas três coisas farão vocês crescer na amizade com Jesus, porque com isso você rezará mais. Oração é o fio que une as três coisas”.
Transmissão da fé
Já o casal quis saber como transmitir aos filhos a beleza da fé sem ser “chato” e banal”. “Creio que esta é uma das perguntas-chave que toca a nossa vida como pais, como pastores, como educadores”, disse o Papa.
“Convido vocês pais a se tornarem filhos novamente, por alguns minutos, e recordar as pessoas que ajudaram vocês a crescer. O pai, a mãe, os avós, uma catequista, uma tia, o pároco, um vizinho, quem sabe…Todos temos na memória, mas especialmente no coração, alguém que nos ajudou a crer”. O Papa contou que, no seu caso, foi um padre, um verdadeiro apóstolo do confessionário, um homem bom, misericordioso, trabalhador, e assim o ajudou a crescer na fé.
Esse exercício, segundo Francisco, é porque os filhos observam muito os pais. “As crianças nos olham e vocês não imaginam a angústia de uma criança quando os pais brigam. E quando os pais se separam, elas pagam a conta. Quando se traz um filho ao mundo é preciso ter consciência disso. Nós tomamos a responsabilidade de fazer essa criança crescer na fé”.
Nesse sentido, Francisco indicou aos pais a leitura da Exortação Apostólica Amoris Laetitia, sobre o amor na família, em especial o primeiro capítulo. “Não se esqueçam: quando vocês brigam, as crianças sofrem e não crescem na fé”.
Outra dica dada pelo Papa foi fazer aquilo que em Buenos Aires se chama “dominguear”, ou seja, “fazer domingo”. É um hábito de, após a Missa, levar os filhos a um parque, a uma praça, e brincar com eles. Por fim, ele falou da educação familiar na solidariedade. “A fé cresce com a caridade e a caridade aumenta com a fé”.
Educação dos jovens
A terceira e última pergunta foi sobre uma “comunidade educadora”: como pode se abrir à escuta e ao diálogo com todos os educadores envolvidos com as crianças. A resposta de Francisco foi pontual: educação baseada no tripé pensar-fazer-sentir (mente, mãos, coração).
O Papa considera importante que os educadores saibam discernir o talento dos alunos para direcioná-los no caminho. “Entre os nossos estudantes há alguns que são levados para o esporte, não tanto para as ciências e outros se saem melhor na arte que na matemática e outros na filosofia mais que no esporte. Um bom mestre, educador ou treinador sabe estimular as boas qualidades de seus alunos e não negligenciar outras; procurando sempre a complementaridade. Ninguém pode ser bom em tudo e devemos dizer isso aos nossos alunos: sejam complementares”.
Antes de encerrar o diálogo com os jovens, o Papa falou sobre a prática do bullying. Ele pediu que os jovens prometessem a ele e a Jesus que, se um dia já fizeram isso, nunca mais farão nem permitirão que outros façam.
Por Canção Nova