Relator Geral do Sínodo, presidente da CNBB, participa de reunião com o Papa
10/05/2018Congresso traz Virgem Maria em outras tradições religiosas
10/05/2018Depois da sua visita à Comunidade de Nomadelfia na cidade italiana de mesmo nome, nesta quinta-feira, 10 de maio, o Papa Francisco se dirigiu até a cidade de Loppiano, na Diocese de Fiesole, e destacou a mensagem profética da Comunidade Internacional do Movimento dos Focolares.
Esta comunidade internacional, impulsionada pela fundadora do Movimento dos Focolares, Chiara Lubich, em 1964, acolhe 900 focolares de 70 países, entre eles há famílias, jovens, leigos, sacerdotes, religiosos e um Bispo. Lá eles trabalham, estudam e rezam juntos em espírito de fraternidade e comunhão, vivendo a caridade evangélica.
Ao chegar, o Santo Padre foi recebido pelo Bispo de Fiesole, Dom Mario Meini, pela Presidente do Movimento dos Focolares, Maria Voce, e pelo Presidente do Movimento, Jesús Morán.
Depois das saudações de boas-vindas, o Pontífice foi transladado ao Santuário de “Maria Theotokos”, onde permaneceu durante alguns minutos adorando o Santíssimo Sacramento e a imagem da Virgem Maria.
Depois, teve um breve encontro com os membros do Movimento dos Focolares, e respondeu-lhes algumas perguntas.
Parresia e hypomoné
Em suas respostas, Francisco propôs duas palavras da Carta aos Hebreus que poderiam servir aos habitantes da cidade de Loppiano, aos membros do Movimento dos Focolares e a todos os cristãos: parresia e hypomoné.
As palavras do apóstolo Paulo na Carta aos Hebreus são: “Não percais, pois, a vossa confiança, (parresia) à qual está reservada uma grande recompensa. Na realidade, tendes necessidade de perseverança (hypomoné), para que, tendo cumprido a vontade de Deus, alcanceis a promessa”.
O Papa explicou que a parresia assinala no Novo Testamento “o estilo de vida dos discípulos de Jesus: a coragem e a sinceridade no momento de testemunhar a verdade junto com a confiança em Deus e em sua misericórdia”.
Nesse sentido, explicou que a parresia manifesta a qualidade fundamental na vida cristã: “ter o coração dirigido a Deus, acreditar em seu amor, porque o seu amor elimina todo o falso temor”.
Em relação à palavra hypomoné, o Papa indicou que “podemos traduzi-la como saber estar e aprender a viver as situações difíceis que a vida nos apresenta. Com este termo, o Apóstolo Paulo expressa a constância e a firmeza ao fazer a vontade de Deus e a nova vida em Cristo”.
Caminhar juntos
Sobre a Cidade de Loppiano, o Papa destacou que “se vive a experiência da caminhar juntos, com estilo sinodal, como Povo de Deus”.
E caminhar juntos, “é a base sólida e indispensável de tudo: a escola do Povo de Deus onde quem ensina e guia é o único Mestre, e onde a dinâmica é de escuta recíproca e a troca de dons entre todos”.
“Assim podemos conseguir um novo impulso, enriquecendo-se com a fantasia do amor e abrindo-se às inspirações do Espírito e da história”.
Além disso, valoriza “os caminhos de formação que floresceram em Loppiano no carisma da unidade: a formação espiritual nas diferentes vocações; a formação para o trabalho, para ação econômica e política; a formação para o diálogo em suas diferentes expressões ecumênicas e inter-religiosas e com pessoas de diferentes convicções; formação eclesial e cultural”.
O desafio da mudança de época
Sobre o trabalho da cidade de Loppiano, assegurou que “a história de Loppiano está apenas começando. Estão começando!”.
“É uma pequena semente lançada na história e que já começa a brotar exuberante, mas que deve ter raízes fortes e dar bons frutos a serviço da missão do anúncio e da encarnação do Evangelho de Jesus que a Igreja hoje é chamada a viver”.
O Santo Padre acrescentou: “Isso exige humildade, abertura, sinergia e capacidade de risco”. “As urgências, muitas vezes dramáticas, que nos desafiam em todos os lugares não podem nos deixar tranquilos, mas que nos pedem o máximo de nós, confiando sempre na graça de Deus”.
“Na mudança de época que estamos vivendo – não é uma época de mudança, mas mudança de época – é necessário comprometer-se não só no encontro entre as pessoas, a cultura e os povos e por uma aliança entre as civilizações, mas também em vencer juntos o desafio de construir uma cultura do encontro compartilhada e uma civilização global da aliança”, assegurou em sua resposta à última pergunta.
Por ACI Digital