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22/04/2016“Diante dos desafios e contradições do nosso tempo, a Cáritas tem a difícil, mas fundamental tarefa de fazer com que o serviço caritativo se torne um compromisso de cada um de nós e que toda comunidade cristã se torne sujeito de caridade”, disse o papa Francisco em audiência com membros da Cáritas, na quinta-feira, 21 de abril, no Vaticano.
Diversas lideranças das dioceses italianas participaram de Conferência promovida pela Cáritas Italiana, em Roma. O diálogo com o papa marcou o encerramento das atividades.
No discurso, Francisco recordou que há 45 anos nascia esse organismo eclesial, por iniciativa do beato Paulo VI. Em 1972, por ocasião do primeiro encontro nacional da Caritas, o papa confiou ao organismo o seguinte mandato: “Conscientizar as Igrejas locais e os fiéis ao sentido e dever da caridade em formas cônsonas às necessidades e aos tempos”.
Após quatro décadas, o papa Francisco reafirma que a missão da Cáritas deve ser o compromisso com os pobres. “Hoje, com fidelidade renovada ao Evangelho e ao mandato recebido, vós entrais em novas estradas de confronto e avaliação para aprofundar e orientar melhor o que até agora foi feito e desenvolvido. A sua missão educacional, que visa sempre à comunhão na Igreja e a um serviço com horizontes amplos, requer o compromisso de um amor concreto a todo ser humano, com uma opção preferencial pelos pobres”, destacou Francisco.
Ainda, na mensagem, o papa pediu as lideranças da Cáritas para que não percam o ânimo de evangelizar. “Eis o objetivo principal do ser e agir da Caritas: ser estímulo e ânimo a fim de que toda a comunidade cresça na caridade e saiba encontrar caminhos novos para estar próxima aos pobres, seja capaz de ler e enfrentar as situações que oprimem milhões de fiéis, na Itália, em demais países da Europa, e no mundo”, disse.
O papa, também, recordou que “diante dos desafios globais que semeiam medo, iniquidade, especulações financeiras, degradação ambiental e guerras, é necessário educar para o encontro respeitoso e fraterno entre culturas e civilizações para o cuidado da Criação e por uma ecologia integral”.
Amar na alegria
Francisco encorajou os membros da Cáritas a promoverem comunidades que tenham paixão pelo diálogo e reconciliação, no esforço para prevenir a marginalização, que incidam nos mecanismos que geram injustiça, trabalhem contra toda estrutura de pecado. “Trata-se de educar pessoas e grupos a estilos de vida conscientes a fim de que todos se sintam responsáveis por todos. Este é o trabalho valioso e extenso das Caritas paroquiais que é preciso difundir cada vez mais no território”.
No contexto, do aumento da migração no mundo e sofrimento desses povos, o papa convidou a Cáritas a prosseguir no compromisso e proximidade aos migrantes.
“O fenômeno das migrações, que hoje apresenta aspectos críticos que devem ser geridos com políticas orgânicas e previdentes, permanece uma riqueza e um recurso, sob diferentes pontos de vista. Que possais favorecer cada vez mais a integração entre populações estrangeiras e cidadãos italianos, oferecendo aos agentes instrumentos culturais e profissionais adequados à complexidade do fenômeno e suas peculiaridades”, disse Francisco.
Ao final, falou da exortação Amoris laetitia, pedindo a entidade que vivam a missão no amor.
“O testemunho da Cáritas se torna autêntico e crível quando envolve todos os momentos e relações da vida, mas o seu berço e sua casa é a família, Igreja doméstica. A família é constitucionalmente ‘Caritas’ porque o próprio Deus a fez assim: a alma da família e da sua missão é o amor. Este amor misericordioso que eu recordei na Exortação Apostólica pós-sinodal Amoris laetitia, sabe acompanhar, discernir e integrar as situações de fragilidade”, concluiu o papa.
Por CNBB