Papa: Deus não nos identifica com o mal que cometemos
14/03/2016Polônia receberá Francisco nos dias 27 a 31 de julho
14/03/2016Em 13 de março de 2013, o mundo conheceu o primeiro papa latino-americano da história. Há três anos, após renúncia de Bento XVI, Jorge Mario Bergoglio, então arcebispo de Buenos Aires, na Argentina, foi eleito para a sucessão de Pedro e escolheu o nome de Francisco.
“Nós temos que agradecer muito a Deus pelo nosso papa Francisco, que tanto bem tem feito à nossa Igreja”, disse o arcebispo de Brasília e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sergio da Rocha.
Para dom Sergio, a simplicidade, a misericórdia e a missão são algumas das principais contribuições de Francisco à Igreja.
Sobre a simplicidade, o presidente da CNBB ressalta “o seu convite a toda a Igreja para redescobrir cada vez mais o essencial, procurando ter uma vida simples, isto é, procurando fazer do Reino de Deus o tesouro maior”. Em relação à misericórdia, reflexão do Jubileu Extraordinário, dom Sergio lembra da insistência do papa sobre o tema desde o início de seu pontificado. “Mas sobretudo, neste momento, é um dos frutos do pontificado do papa Francisco que nós queremos valorizar cada vez mais, vivenciar a Igreja como mãe misericordiosa, a Igreja com as suas portas abertas para acolher a todos”, acrescenta.
Dom Sergio avalia também que no início de seu ministério petrino, Francisco convidou a Igreja “a redescobrir a alegria do evangelho e compartilhá-la”, recordando a publicação da exortação apostólica Evangelii Gaudium. “O coração missionário do papa tem se revelado em tantos gestos, em tantas palavras e nós somos convidados a ser uma Igreja em saída, que vai compartilhar a alegria do evangelho, que vai testemunhar a misericórdia de Deus”, acrescenta o presidente da CNBB.
“Sempre falamos da Igreja missionária, mas essa ênfase do papa à Igreja em saída é um grande bem que tem nos ajudado muito”, considera dom Sergio.
O papa Francisco já ofereceu à Igreja duas encíclicas, a Lumen Fidei, que começou a ser escrita pelo papa emérito Bento XVI, e a recente Laudato Si – sobre o cuidado da casa comum; uma exortação apostólica, Evangelii Gaudium, e proclamou o Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Realizou 12 viagens apostólicas e convocou duas assembleias sinodais sobre a família, em 2014 e 2015.
O Papa e o Brasil
A primeira viagem apostólica do papa Francisco foi ao Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, em julho de 2013. Francisco já manifestou que pretende voltar ao País em 2017, quando serão celebrados os 300 anos do encontro da imagem de Nossa Senhora Aparecida, no rio Paraíba do Sul.
Sobre a atenção dada pelo papa à CNBB, dom Sergio conta que, por meio da presidência, a Conferência tem tido contato com o papa, com acolhida “de modo muito cordial, muito paterno”. “Nós sempre fazemos uma visita anual ao papa e esse diálogo tem sido enriquecedor, nós temos aprendido muito com ele a valorizar a comunhão, a sinodalidade, isto é, o caminhar juntos na Igreja”, explica o arcebispo de Brasília.
Dom Sergio ainda fala da promoção da colegialidade episcopal e a comunhão entre os bispos, o que tem sido orientado pelo papa Francisco. “Então nós agradecemos muito a Deus, porque o papa Francisco tem valorizado a Conferência Episcopal, tem nos orientado, nos apoiado para que a Igreja seja cada vez mais uma igreja comunhão, para que o nosso jeito de ser seja este que Jesus mesmo quer para todos, isto é, caminhar juntos como irmãos, cada um realizando sua tarefa, vivendo sua vocação de acordo com o dom recebido de Deus”, avalia.
Celebração no Vaticano
“Três anos com o Papa Francisco” foi um evento preparado por jovens que aconteceu durante 24 horas para comemorar e rezar pelo aniversário de pontificado. Desde as 22 horas de sábado, 12, na igreja de São Lourenço, a poucos metros da Praça São Pedro, no Vaticano, ocorreu o momento de oração, que seguiu até a meia-noite deste domingo.
Durante todo o evento, os fiéis puderam receber o sacramento da reconciliação. Padres estiveram disponíveis para atendimento das confissões.
A igreja de São Lourenço há 33 anos é a guardiã da Cruz original que João Paulo II doou aos jovens por ocasião da primeira Jornada Mundial da Juventude em 1983.
Por CNBB com Rádio Vaticano