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24/01/2020Ao receber em audiência em 23 de janeiro de 2020 o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, cardeal Angelo Becciu, o Santo Padre reconheceu o martírio e as virtudes heroicas da Serva de Deus brasileira Maria del Monte Carmelo da Santíssima Trindade (também conhecida como Carmen Caterina Bueno), religiosa professa da Ordem dos Carmelitas Descalças, nascida em Itu em 25 de novembro de 1898 – e criada pela avó em Campinas – falecida em 13 de julho de 1966 em Taubaté.
O Santo Padre também reconheceu:
– o martírio dos Servos de Deus Bento de Santa Coloma de Gramenet (no século José Doménech Bonet) e 2 companheiros, da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; mortos em ódio à fé na Espanha, entre 24 de julho e 6 de agosto de 1936;
– o martírio dos Servos de Deus José Maria Gran Cirera e 2 Companheiros, sacerdotes professos dos Missionários do Santíssimo Coração de Jesus e 7 Companheiros, Leigos; mortos por ódio à fé na Guatemala entre 1980 e 1991;
– as virtudes heroicas do Beato Giovanni Tavelli da Tossignano, da Ordem dos Jesuítas, Bispo de Ferrara; nascido em Tossignano (Itália) em 1386 e falecido em Ferrara (Itália) em 24 de julho de 1446;
– as virtudes heroicas do Servo de Deus Joaquim Masmitjá y Puig, Cônego da Catedral de Girona, fundador da Congregação dos Missionários do Coração de Maria; nascido em Olot (Espanha) em 29 de dezembro de 1808 e falecido em Girona (Espanha), em 26 de agosto de 1886;
– as virtudes heroicas do servo de Deus José Antonio Plancarte e Labastida, sacerdote diocesano, fundador do Instituto das Irmãs de Maria Imaculada de Guadalupe; nascido na Cidade do México (México) em 23 de dezembro de 1840 e falecido na Cidade do México (México) em 26 de abril de 1898;
– as virtudes heroicas do servo de Deus José Pio Gurruchaga Castuariense, sacerdote diocesano, fundador da Congregação das Auxiliadoras Paroquiais de Cristo Sacerdote; nascido em Tolosa (Espanha) em 5 de maio de 1881 e falecido em Bilbau (Espanha) em 22 de maio de 1967;
– as virtudes heroicas do Servo de Deus Antoine Marie de Lavaur (no século: François Léon Clergue), Sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos; nascido em Lavaur (França) em 23 de dezembro de 1825 e falecido em Toulouse (França) em 8 de fevereiro de 1907.
Biografia da Serva de Deus Madre Maria do Carmo da Santíssima Trindade, O.C.D.
A Serva de Deus Madre Maria do Carmo da Santíssima Trindade nasceu em Itu (SP), em 25 de novembro de 1898, Festa de Santa Catarina de Alexandria, sendo batizada com o nome de Carmem Catarina Bueno.
Filha de Teotônio Bueno e Maria do Carmo Bauer Bueno (que devido a pouca idade ao dar à luz a Carmem, 15 anos, ficou com a saúde abalada), foi criada pela avó paterna, Dona Maria Justina Camargo Bueno (conhecida como “Nhá Cota”), em Campinas, onde teve por amigo de infância o futuro bispo de Taubaté (SP), Dom Francisco Borja do Amaral.
Em 1916 moraram por algum tempo na Ilha de Paquetá, na Baía de Guanabara no Rio de Janeiro, transferindo-se no ano seguinte se para São Paulo, onde a Serva de Deus passou a estudar no Colégio Nossa Senhora de Sion.
Em 23 de setembro de 1917, ao se tornar Filha de Maria, sentiu o chamado do Senhor para consagrar-se inteiramente a Ele, dando então o seu “Sim”.
Tendo um grande amor por Jesus e pela Igreja desde a juventude, sua piedade se tornava cada vez mais profunda. O seu grande amor era a Cruz de Cristo, o seu lema era ser humilhada como ele.
Dedicava muito tempo à formação intelectual. Falava e escrevia em francês, escreveu pequenas obras literárias e aprendeu a arte da pintura.
Depois de ter lido o livro “História de uma Alma”, de Santa Teresinha de Lisieux, decidiu ser carmelita, escolhendo como diretor espiritual Dom Francisco de Campos Barreto, que a direcionou a viver cada vez mais uma vida de amor a Deus e cheia de virtudes.
Em 21 de abril de 1926, aos 27 anos, ingressou no Carmelo São José, no Rio de Janeiro e em 24 de outubro de 1926 recebeu o Santo Hábito e o nome religioso de Irmã Maria do Carmo da Santíssima Trindade.
Para buscar viver perfeitamente a humildade como meio de santificação, seguindo a orientação do seu diretor espiritual, fez o voto de mansidão.
Depois dos primeiros anos no mosteiro passou a exercer o Ofício de mestra de noviças, sub-priora e por fim priora. Como religiosa sempre demonstrou uma delicadeza e humildade especiais. Era a primeira a fazer os trabalhos mais humildes e a dar o exemplo de paciência e caridade para todas as monjas.
Em 1949 voltou a ser mestra de noviças, época em que começaram seus graves problemas de saúde.
Em 1952 voltou a dirigir o Carmelo, quando nasceu a ideia de fundar um novo mosteiro, o Carmelo da Santa Face e Pio XII, que foi erigido na Diocese de Taubaté, cujo Bispo era Dom Francisco Borja do Amaral.
Com sua permissão, em 24 de agosto de 1953 partiram entre lágrimas as seis primeiras irmãs, dirigidas por Madre Carminha e a cofundadora, Madre Antonieta Maria. A Serva de Deus era considerada por todos uma santa e muitas pessoas pediam para serem acompanhadas espiritualmente por ela.
Em 12 de setembro de 1961 Madre Maria do Carmo passou o governo da casa à Madre Antonieta Maria, ficando com a direção das obras e a formação do noviciado.
Seus problemas de saúde começavam a se agravar. Em 7 de julho de 1966 sofreu um derrame cerebral e entrou em coma profundo. Após uma semana de sofrimento, em 13 de julho, entregou santamente sua alma a Deus.
Já em vida a Serva de Deus gozava de uma grande fama de santidade, o que se tornou ainda maior após sua morte.
Muitíssimos fiéis visitavam continuamente o seu túmulo, pedindo sua intercessão junto a Deus. Em vista da supressão do Carmelo de Tremembé e de sua transferência para Mairinque, São Paulo, no sexto aniversário da morte da Serva de Deus, foi feita a exumação dos seus restos mortais e nessa ocasião o seu corpo foi encontrado intacto, inclusive suas vestes e as flores secas e, nem mesmo mau odor exalou de sua sepultura.
Sua missão, seu ensinamento e seu legado são: adorar a Sagrada Face de Cristo e reparar os ultrajes cometidos contra ela. Também fortalecer no coração dos fiéis o sensus Ecclesiae e a imolação constante pelo Pontífice reinante, mediante a oração quotidiana da Via Crucis e de uma vida de entrega total a Deus, na simplicidade, humildade e caridade, para atingir o seu ápice na união dos fiéis, como ela amava dizer: Congregavit nos in unum Christi amor!
Biografia extraída de postulazionecausasanti.it
Via Vatican News