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Promover a consciência da missão universal nas famílias e despertar vocações missionárias comprometidas com o anúncio do Evangelho e a favor da vida, são os principais objetivos das Famílias Missionárias, uma das atividades coordenadas pela Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), vinculada às Pontifícias Obras Missionárias (POM), organismo da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Na prática, a ideia da iniciativa é fortalecer os grupos de famílias para que esses possam viver em estado permanente de missão.
Especialmente no mês missionário, essa é uma das atividades oferecidas pela Igreja no Brasil, como alternativa para todos aqueles que integram o ambiente familiar. Para o arcebispo de Passo Fundo, dom Rodolfo Luís Weber, o primeiro espaço de vivenciar a fé é sem dúvida alguma o familiar. “Se nós temos na família pessoas com essa convicção, elas certamente têm a primeira influência”, afirma.
As Famílias Missionárias desenvolvem encontros e atividades de formação para a escuta, reflexão e partilha de vida ao redor do país. Além disso incrementam tarefas de animação missionária e articulam ações conjuntas com pastorais, movimentos e organismos. Seu método de trabalho orienta os grupos à aderirem à prática, a partir de duas dimensões: vida em grupo (momento para que as famílias vivam em comunidade) e vida em família (momento de vivência familiar que busca fortalecer o diálogo).
“É muito bonito e importante ver pessoas de uma família engajadas no serviço missionário dentro das pastorais e comunidades eclesiais e também em serviços de organização social, cultural, política”, afirma o presidente da Comissão para a Ação Missionária e a Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Esmeraldo Barreto de Farias.
Como exemplo concreto de atuação, dom Esmeraldo cita a Paróquia de São Cristóvão, em Porto Velho (RO), onde motivados pela meditação do Evangelho, o padre local tem incentivado profissionais da área da saúde, da assistência social, jurídica e da educação a visitarem bairros da periferia e descobrirem os sinais da presença de Deus. “Esses chamados é que estão trazendo luzes e compromissos para essas famílias. Assim, através de gestos bem concretos, vocações missionárias vão aparecendo e se comprometendo, como sinal de Igreja que também deseja e colabora para a transformação da sociedade”, diz o bispo.
Outro gesto se manifesta na atitude do casal Márcia e Pércio (da arquidiocese de Curitiba). Os dois fizeram um curso de um mês no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília (DF) e colocaram-se à disposição para a missão na Guiné-Bissau, em Quebo. A vila é formada por 8 mil pessoas, e por lá, o regional Sul 2 da CNBB tem uma comunidade de missionários formada inicialmente pelo diácono Pedro Lang e sua esposa Salete, e agora contará também com a presença de Márcia e Pércio.
Segundo dom Esmeraldo, além dessas, existem várias outras maneiras para a vivência do espírito comunitário e missionário. Participar da vida da comunidade eclesial; colocar-se à disposição para as atividades pastorais missionárias; estar atento às famílias e pessoas que mais sofrem; ver o que a família e a comunidade podem fazer; ser testemunha da fé no local de trabalho e de residência; ter sensibilidade para com as pessoas que estão excluídas; reconhecer e respeitar os direitos das pessoas são algumas delas.
Ainda de acordo com ele, as paróquias com suas comunidades e pastorais têm a responsabilidade de despertar esse ardor missionário nas famílias. “A Família Missionária como parte da Obra da Propagação da Fé vinculada às Pontifícias Obras Missionárias é chamada a animar a comunidade eclesial também com as pastorais e serviços que trabalham junto às famílias para que possam estar motivadas a abraçarem o espirito missionário, a darem passos como Igreja em saída”, finaliza o bispo.
Fora essa iniciativa com as famílias, a Pontifícia Obra da Propagação da Fé desenvolve ainda atividades missionárias voltadas para os idosos, enfermos e jovens.
Via CNBB