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30/03/2017Emissoras Católicas de Rádio participaram do I Congresso de Rádio Católica do Brasil, promovido pela Rede Católica de Rádio (RCR), em Aparecida (SP), nos dias 28 e 29 de março. A temática do evento abordou o processo de migração das emissoras que utilizam a frequência AM para a faixa FM. Além disso, trouxe painéis sobre a audiência no rádio, linguagens e soluções para a crise. A solenidade de abertura do evento contou com as presenças do arcebispo de Aparecida (SP), dom Orlando Brandes; do bispo auxiliar de São Paulo, dom Devair Araújo da Fonseca; representantes da Signis Brasil e da RCR.
Nas palavras de abertura, o arcebispo de Diamantina, dom Darci Nicioli mandou uma mensagem aos congressistas por meio de um vídeo ressaltando a relevância do rádio, o amor à comunicação, à evangelização, e falando principalmente de estar a serviço da comunicação numa cultura do encontro: “Precisamos olhar para o futuro com amor e esperança. Radiodifusores, reflitam sobre a urgentíssima necessidade: é preciso caminhar com a Igreja”, afirmou.
Dom Orlando Brandes também se manifestou sobre a abertura do Congresso: “Aprendi que primeiro vem a comunicação interpessoal e depois os meios de comunicação. Que nós conversemos bastante! Que a comunicação autenticamente católica ajude a recompor tudo aquilo que está quebrado, que vocês sejam os microfones de Deus comunicador, do evangelho e do Reino”, falou.
Palestras
No primeiro dia de palestras, o evento contou com vários temas de relevância para o atual momento do rádio. Foram apresentados dados estatísticos que apontam novos caminhos às emissoras e que podem ser úteis para mudanças significativas para ouvintes, radiodifusores e para os setores comerciais.
Para o painel que tratou de soluções para o momento de crise vivido no país de uma forma geral, a professora Glaucya Tavares enfatizou a importância de se manter em movimento, de acompanhar as transformações da sociedade e da comunicação, bem como aproveitar as oportunidades que a tecnologia e as tendências oferecem: “Os jovens assistem youtubers como referências até para suas próprias dúvidas, eles também não conseguem se manter assistindo um vídeo por muito tempo. Um minuto e meio. Nem mesmo nós gostamos de programas longos. Isso é um desafio: manter o pico de atenção, falar da necessidade do outro, do que interessa. Nesse momento de crise, há muitos temas dos quais a Igreja pode tratar para trazer uma solução para seus ouvintes. Assim, cria-se um vínculo com o público e um pico de atenção. Precisamos usar novos formatos para levar a doutrina”, declarou.
Ela ainda ressaltou que é preciso fazer investimentos assertivos e verificar se a audiência está correspondendo aos programas: “Se não estamos sendo ouvidos, não estamos fazendo rádio. É a era da resolução. O que estamos resolvendo para nossos ouvintes? Também temos que falar para novos públicos porque quem quer falar para os mesmos acaba falando para ninguém. Porque os mesmos mudam”, disse. Glaucya concluiu afirmando que é preciso também dar espaço para prioridades, entender a própria identidade (o que é e para quem), além de investir em uma administração colaborativa.
O presidente da Rádio Renascença de Portugal, padre Américo Aguia falou sobre novas linguagens. Ele sublinhou que não se deve ter medo das novas linguagens, mas sim observá-las, estudá-las e agir com base nisso. Na sequência, a presidente da RCR, Angela Morais, falou sobre como trabalhar em rede. Ela destacou que o essencial “é o compartilhamento de conteúdo, a reunião de forças. São oito bases geradoras na RCR, mas hoje todas as rádios são geradoras de conteúdo. O importante é termos uma sintonia juntos enquanto instituição”, finalizou.
Migração e avanços tecnológicos
O último dia do Congresso, 29, contou com a celebração eucarística presidida por dom Darci e concelebrada por dom Devair. Logo após, abrindo as exposições, na parte da manhã, foram tratadas as intensas mudanças do meio digital e a urgência das rádios em estarem presentes nos dispositivos. A questão da migração de AM para FM também ganhou destaque. De acordo com a advogada, Tathiana Noleto, é menos oneroso fazer a alteração para FM do que promover a digitalização. Ela também elucidou todo o histórico e processos da migração, como passos da adaptação, prazos de editais, entre outras particularidades.
Por CNBB, com RCR