Cardeal Parolin comenta ameaça do Estado Islâmico contra o Papa
28/08/2017Santa Joana Maria da Cruz
29/08/2017Quando se interpreta o capítulo 8 da Amoris laetitia, em particular em referência à comunhão eucarística por parte dos divorciados que se encontram em uma nova união, “é necessário partir da interpretação que o próprio Francisco fez do texto, explícita na resposta aos bispos da região de Buenos Aires.
Francisco propõe um passo em frente, que implica uma mudança da disciplina vigente. Mantendo a distinção entre bem objetivo e culpa subjetiva, e o princípio que as normas morais absolutas não admitem exceções, ele distingue entre a norma e a sua formulação e sobretudo pede uma atenção especial às condições atenuantes. Estas não estão ligadas somente à consciência da norma, mas também, e sobretudo, às possibilidades reais das decisões dos sujeitos na sua realidade concreta”.
É o que escreve o Arcebispo Victor Manuel Fernández, Reitor da Pontifícia Universidade Católica argentina, no artigo publicado na última edição de “Medellín”, a revista de teologia do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM), inteiramente dedicada ao magistério do Papa Francisco, em vista de sua iminente viagem à Colômbia de 6 a 11 de setembro e ao Chile e Peru em janeiro de 2018.
O prelado recorda no artigo “O Capítulo VIII da Amoris laetita: a quietude depois da tempestade” como o Papa Francisco admite que “um discernimento pastoral no âmbito do “foro interno”, atento à consciência da pessoa, possa ter consequências práticas sobre o modo de aplicar a disciplina”.
Esta novidade, “convida a recordar que a Igreja realmente pode evoluir, como já aconteceu na história, tanto na compreensão da doutrina quando na aplicação das suas consequências disciplinares”.
Mas assumir isto no tema que aqui se examina, “exige aceitar uma nova lógica, sem esquemas rígidos. Todavia, isto não implica uma ruptura, mas uma evolução harmoniosa e uma continuidade criativa em relação ao ensinamento dos Papas precedentes”.
Já na conclusão de se artigo “Para compreender Amoris laetitia. Premissa e argumentos, resposta à dúvidas e objeções, caminho e esperança”, Rodrigo Guerra López escreve:
“Um dos parágrafos menos comentados da Amoris Laetitia é o último. A sua beleza e a sua verdade são extraordinárias. Tenho a impressão de que este pequeno texto não tenha sido escrito somente para concluir retoricamente a Exortação Apostólica. Em um certo sentido, nos permite contemplar em modo sintético, sapiencial e pastoral a mensagem central de todo o documento.
Amoris laetitia não é um tratado sistemático e completo que esgota todas as matérias da teologia moral do matrimônio e da família. É antes, um método para descobrir como Deus procura cuidar do amor, do assistir o amor e de tratar do amor no decorrer da vida das pessoas. É um método para não perder a esperança por causa de nossos limites”.
Além do artigo de Dom Victor Manuel Fernández e de Rodrigo Guerra López, a edição de número 168 de “Medellín” traz matérias e artigos assinados por Carlos Schikendantz, Santiago Madrigal Terrazaz, Cesas Kuzma, Rafael Luciani, Julio Luis Mantínez, Afonso Murad, Félix Palazzi, Elias Wolff, María Clara Lucchetti Bingemer e Virginia Azcuy.
Por Rádio Vaticano