Papa: indicar caminho para um futuro melhor de nossas sociedades
22/06/2017Papa: um padre deve ter paixão, discernimento e denúncia
22/06/2017Responder à crise na Venezuela com uma negociação séria e sincera entre as partes. É o que defende a Santa Sé – por meio de seu Observador Permanente na ONU, Dom Bernardito Auza – na declaração dirigida à Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), reunida até hoje em Cancun, no México.
A Santa Sé reitera desta forma a posição que vem adotando em relação à grave situação vivida na Venezuela. Em diversas ocasiões desde o início da crise – recorda Dom Auza – o Papa Francisco, o Secretário de Estado Pietro Parolin e a Conferência Episcopal venezuelana, pediram às instituições e às forças políticas – superando interesses das partes e ideologias – para ouvir a voz do povo.
A Santa Sé – sublinha o prelado – sempre exortou todos os líderes políticos a não medirem esforços para por fim à violência.
Condições para uma negociação séria
O caminho para uma solução pacífica – acrescenta Dom Auza – pode ser buscado por uma negociação a ser articulada com base nas indicações ilustradas na carta de primeiro de dezembro de 2016, escrita pelo Cardeal Secretário de Estado, Pietro Parolin.
No documento – observa o Núncio – o purpurado pedia, entre outras coisas, que fosse adotado um caminho que levasse à eleições livres e solicitava medidas para fornecer ajudas humanitárias, alimento e remédios.
Na carta de 2016 – sublinha Dom Auza – o Secretário de Estado exortava também a serem tomadas medidas que levassem à libertação dos presos políticos.
Negociação apoiada pela comunidade internacional
Neste cenário de crise, marcado pela violência que atingiu também a Igreja venezuelana, existem ulteriores riscos. A recente decisão do governo de convocar uma Assembleia Constituinte – sublinha em particular Dom Auza – ao invés de ajudar a resolver os problemas, pode complicar a situação e colocar em perigo o futuro democrático do país.
Ao concluir, o Observador Permanente da Santa Sé afirmou que é bem vista a iniciativa de que um grupo de países da região e eventualmente de outros continentes – escolhidos quer pelo governo como pela oposição – acompanhem a negociação na qualidade de garantes.
Desde o início de abril ao menos 75 pessoas morreram nos choques entre manifestantes e polícia e continua a faltar alimentos e remédios.
Por Rádio Vaticano