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27/11/2015Advento – 1º Domingo
29/11/2015O Papa Francisco chegou a Uganda, nesta sexta-feira (27/11), segunda etapa de sua 11ª viagem apostólica internacional. Logo após aterrissar, o Pontífice se encontrou com as autoridades ugandenses e com o corpo diplomático na sala de conferências da State House de Entebbe.
Mártires de Uganda
“Estou feliz de estar em Uganda. A minha visita tem como objetivo principal comemorar o cinquentenário da canonização dos Mártires de Uganda feita pelo meu predecessor, o Beato Papa Paulo VI. Espero que a minha presença seja vista também como um sinal de amizade, estima e encorajamento para todos os habitantes desta grande nação”, disse Francisco.
“Os mártires, tanto católicos quanto anglicanos, são verdadeiros heróis nacionais. Dão testemunho dos princípios orientadores expressos no lema de Uganda: Por Deus e pelo meu País. Eles nos lembram a importância que a fé, a retidão moral e o serviço ao bem comum desempenharam e continuam desempenhando na vida cultural, econômica e política do país”, frisou o Papa que acrescentou:
“Recordam-nos também que, apesar das nossas crenças religiosas e convicções diferentes, somos todos chamados a procurar a verdade, a trabalhar pela justiça e a reconciliação, e a respeitar-nos, proteger-nos e ajudar-nos uns aos outros como membros da única família humana. Estes altos ideais são pedidos particularmente a homens e mulheres como vocês que têm o dever de assegurar com critérios de transparência um bom governo, um desenvolvimento humano integral, uma ampla participação na vida pública da nação e também uma sábia e justa distribuição dos recursos que o Criador derramou tão abundantemente sobre estas terras.”
Jovens e idosos
Francisco sublinhou que a sua visita quer “chamar a atenção para a África no seu conjunto, para a promessa que representa, as suas esperanças, as suas lutas e as suas conquistas”.
“O mundo olha para a África como o continente da esperança. Uganda foi realmente abençoado por Deus com abundantes recursos naturais, que vocês são chamados a administrar como guardiões responsáveis. Mas a nação foi abençoada sobretudo no seu povo: através das suas famílias sólidas, da sua juventude e dos seus idosos. Anseio pelo meu encontro de amanhã com os jovens, aos quais dirigirei palavras de encorajamento e estímulo. Como é importante que lhes sejam oferecidas a esperança, a oportunidade de receber uma instrução adequada e um trabalho remunerado e sobretudo a oportunidade de participar plenamente na vida da sociedade! Quero assinalar também a bênção que vocês recebem através dos idosos. São a memória viva de cada povo. A sua sabedoria e experiência deveriam ser sempre valorizadas como uma bússola capaz de permitir que a sociedade encontre a orientação certa para enfrentar os desafios do presente com integridade, sabedoria e clarividência”.
Refugiados
Francisco sublinhou que “Uganda demostrou um compromisso excepcional no acolhimento dos refugiados, permitindo-lhes reconstruir as suas vidas em segurança e experimentar a dignidade que provém de ganhar a própria subsistência com um trabalho honesto. O nosso mundo, imerso em guerras, violência e várias formas de injustiça, é testemunha dum movimento migratório de povos sem precedentes. O modo como enfrentamos este fenômeno é uma prova da nossa humanidade, do nosso respeito pela dignidade humana e, acima de tudo, da nossa solidariedade para com os irmãos e irmãs necessitados”.
Cultura do descarte
O Papa disse ainda que embora a sua visita seja breve, ele espera “encorajar os vários esforços silenciosos realizados para ajudar os pobres, os doentes e as pessoas com todo tipo de dificuldade. É através destes pequenos sinais que podemos ver a verdadeira alma dum povo. De muitas maneiras, o nosso mundo vai-se tornando mais solidário; ao mesmo tempo, porém, assistimos com preocupação à globalização duma ‘cultura do descarte’, que nos torna cegos aos valores espirituais, endurece os nossos corações à vista das necessidades dos pobres e priva os nossos jovens da esperança”.
Francisco reza para que o povo de Uganda esteja sempre à altura dos valores que moldaram a alma desta nação.
Por Rádio Vaticano