Querosene e Quadrado são apelidos dados a alunos por pais e colegas de classe. Problemas e casos como esses incentivaram a criação de uma “Cartilha de Direitos Humanos”, com foco na prevenção do Bullying, elaborada pelo Programa de Mestrado em Direito do UNISAL – Centro Universitário Salesiano de São Paulo – Unidade Lorena – Campus São Joaquim, por meio do Núcleo de Direitos Humanos e do Centro de Extensão Universitária e Ação Comunitária P. Carlos Leôncio da Silva, do UNISAL, em parceria com a Secretaria de Esportes, Juventude e Lazer de Lorena. O álbum colorido é o quinto de uma série que visa melhorar a sociedade, com a promoção da paz nas escolas e a busca por um mundo melhor.
Em 18 de fevereiro, cerca de 190 alunos do 6º ao 9º ano da Escola Municipal Prof. Ruy Brasil Pereira, Novo Horizonte, em Lorena, receberam o material. Antes de terem acesso à cartilha, eles participaram de uma palestra educativa sobre o tema que contou com a participação do secretário de Esporte, Juventude e Lazer, Roberto Bastos, da coordenadora do Mestrado em Direito do UNISAL, Prof.ª Dra. Grasiele Augusta Ferreira, da coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos e do Centro de Extensão Universitária e Ação Comunitária, Prof.ª Fátima Medeiros, além de representantes da subsecretaria de Juventude e membros do Instituto Dialogare, que conta com a participação de Ex-Alunos UNISAL.
Logo na capa da cartilha o leitor vê o que o espera. A produção conta com desenhos coloridos feitos por alunos da cidade e que foram selecionados no concurso ‘ Promoção da Paz’, no mês de outubro de 2015, além dos textos de pesquisa dos professores do Mestrado do UNISAL.
O problema é mundial e, pensando nisso, o material recebeu a tradução para o inglês também. No Brasil, segundo o Centro Multidisciplinar de Estudos e Orientação sobre o Bullying Escolar, esse tipo de violência atinge 45% de alunos do ensino fundamental, entre agressores, vítimas e vítimas/agressores. As principais vítimas são crianças em torno dos 11 anos e com alguma característica marcante (obesidade, baixa estatura etc.). Em geral, são meninos e meninas tímidos, com poucos amigos, que têm dificuldade em reagir contra as agressões e um forte sentimento de insegurança que os impede de pedir ajuda. Os agressores costumam ter entre 13 e 14 anos, capacidade de liderança e gosto em mostrar poder. Em muitos casos são mimados pelos pais, que exercem pouca ou nenhuma supervisão sobre suas atividades. Cerca de 60% são meninos. Já as testemunhas, a grande maioria dos alunos, convivem com a violência e se calam pelo medo de se tornarem as “próximas vítimas”. (fonte: Governo Federal).
Durante a ação educativa, o Secretário de Esportes, Roberto Bastos, destacou a importância de pontuar e reconhecer o problema agora para evitar frustrações futuras. “Podemos ter grandes talentos aqui, mas que poderão ser freados se forem humilhados e desacreditados a vida toda”, avalia Roberto. O discurso foi complementado pela fala da coordenadora do Mestrado, Grasiele Nascimento. Ela destacou os transtornos causados pelo bullying. “Uma simples atitude, que até parece brincadeira, pode trazer sérias consequências, influenciar diretamente na autoestima, além de males psíquicos”, destacou a docente durante o discurso e em entrevista à TV Canção Nova, que acompanhou toda a ação.
De 19 e 26 de fevereiro, a Secretaria de Esporte, Juventude e Lazer e representantes do UNISAL também fazem visitas escolas municipais, inclusive de áreas rurais, para entrega dos exemplares da Cartilha ‘Direitos Humanos e Bullying’ e realização de trabalhos de conscientização sobre o tema com os alunos. A professora do Mestrado e também uma das responsáveis pela elaboração da cartilha, Maria Aparecida Alkimin, enfatiza a importância do material. “O intuito principal é colaborar com a comunidade sempre, com temas relevantes e que sejam discutidos de uma maneira didática”, revela Cidinha.
No caso da estudante Caroline Cardoso Ferreira, 12 anos, do 8º ano da Escola Municipal Prof. Ruy Brasil Pereira, o quadro de timidez e humilhação deu lugar à confiança. “Antes eu via muitas situações assim, também era vítima do bullying, até que aprendi mais sobre o tema. Hoje, além de melhorar a mim mesma, pude passar para os demais colegas de classe mais informações sobre este problema, revela Caroline. O cenário de confiança é também fruto do trabalho realizado na escola há alguns anos sobre o mesmo tema. A diretora Cristina Bastos de Assis revelou que o problema também pode acontecer dentro da casa dos alunos. “Nós começamos pelos pais para depois atingir os alunos. Aos poucos vamos conquistando resultados positivos neste trabalho árduo”, conclui a Cristina.
Comunicação e Marketing – UNISAL