Johanna Stauffer é uma jovem voluntária no centro “Bosco Boys”, de Langata, em Nairóbi, Quênia. Ali chegou da Finlândia, graças ao projeto “International Cultural Youth Exchange” (ICYE). “Não conhecia os Salesianos; sequer sou católica. Entretanto, fui acolhida favoravelmente. Por isso sou muito agradecida”. E esta a sua história entre os “bravos rapazes” de Langata.
Langata é um centro para rapazes apenas admitidos ao programa de reabilitação social. São meninos pobres. Vindos da rua. Em Langata permanecem de um a três anos. Depois são transferidos a outros centros do programa “Bosco Boys”. Quando na rua são, com frequência, tratados como invisíveis. Ou como um peso para a sociedade. E ao invés são ‘pequenos grandes homens’! Há muito que aprender: deles e do projeto em geral.
O centro lhes proporciona a possibilidade de voltar a ser crianças. É um prazer brincar e divertir-se com essa gentinha. Maravilhoso ver como – à medida que se habituam aos adultos que os rodeiam – cresça neles o sentido da confiança, da segurança.
Minha tarefa é ministrar algumas aulas, conduzir os clubes juvenis, estar com eles nos intervalos. A cada dia que passa, vejo-me surpresa. Assim um dia vão muito bem nas aulas, noutro mostram quanto conseguem ser criativos… Sobretudo me surpreendem durante os intervalos.
Agora, devido ao seu passado, aprenderam muitos maus hábitos: sabem à perfeição como mentir, ficar impassíveis, brigar… Aprenderam a reagir com muita versatilidade… E como sabem se defender!
Entretanto, quando querem ou se sentem suficientemente seguros, podem ser extremamente afetuosos, flexíveis. Sabem partilhar as coisas: quando, por exemplo, não há patins para todos, cada qual usa um só, deixando o outro para mais um colega. E quando se trata de defender um amigo, fazem-no de fato com veemência: mesmo que isso implique queimar-se com os colegas…
Mas são realmente bravos rapazes que, entretanto, sem o ‘Bosco Boys’, nunca iriam ter a possibilidade de o demonstrar…