Você já se perguntou como é que os 15 países que compõe o Conselho de Segurança (5 permanentes e 10 rotativos) além dos 193 países que compõem a Assembleia Geral da ONU elaboram suas resoluções? Pois é, provavelmente você pense que esses países, após dialogarem, votam no que consideram a melhor proposta, certo? A resposta é: em cerca de 80% das vezes isso não acontece! Como fazem, então? Depois de longos períodos de debates formais e informais, eles precisam chegar ao CONSENSO!
Mas… falemos a verdade: consenso é algo muito difícil. Isso porque, diferentemente da unanimidade (em que todos VOTAM uma proposta) ou do modelo parlamentar (em que a proposta vencedora é da maioria que VOTOU nela), na solução consensual busca-se negociar, sem votação, a elaboração de cada resolução, o que resulta em um exaustivo trabalho coletivo que não pode prescindir de alguns pontos considerados inegociáveis por alguns países (suas red lines) e o que eles podem negociar fazendo concessões.
Já deu pra perceber que dá muito mais trabalho, não é mesmo? Entretanto, mesmo com tanto trabalho, a possibilidade de um país seguir as resoluções recomendatórias (no caso das elaboradas pela Assembleia Geral) é muito maior nesse caso do que em outros formatos.
Por causa disso, a Simulação Oficial da ONU – FAMUN – (Facamp Model United Nation) que aconteceu na Facamp entre os dias 5 e 9 de setembro, com o tema geral: Living Together in Peace, exigiu muito de todos os delegados (alunos do Ensino Médio que representavam os países) que atuaram em vários comitês, sendo eles: Migração Internacional e Desenvolvimento; Harmonia com a Natureza; Controle Internacional de Drogas; Mulheres, Paz e Segurança; Crianças e Conflitos Armados.
Durante todos esses cinco dias, os alunos trabalham intensamente na busca pelo consenso considerando o contexto histórico do país que representa e as condições em que os países se encontram atualmente em relação ao tema de que trata o seu comitê.
Mas se por um lado o processo é muito difícil, por outro, os alunos se envolvem completamente na simulação, aprendem a lidar com situações muito inusitadas tanto quanto enriquecedora. Nesse processo todos são fundamentais, eles têm que protagonizar de forma quase incessante, mas todo esse empenho só deixa a experiência mais marcante. É praticamente uma imersão.
Veja o relato de Maria Eduarda Meneghel, aluna do 3º ano EM: “participar de reuniões com assuntos tão sérios e relevantes ampliou a minha noção de mundo e maturidade, além de incentivar nos delegados (alunos representantes) o sentimento de justiça e igualdade (…) o contato com pessoas e culturas diferentes (…) é algo inesquecível. Me sinto uma pessoa mais madura e consciente sobre os problemas do mundo depois da Famun.”
Victor Covesi também aluno do 3º EM, afirmou: “foi uma experiência inesquecível (…) que certamente vai acarretar muitos positivos em nossa vida tanto pessoal quanto profissional. Meus sinceros agradecimentos ao Colégio Salesiano Dom Bosco Americana que nos proporcionou isso. Foram inúmeras experiências, uma mais magnífica que a outra”.
E para completar o clima de “Living Together in Peace”, os alunos do nosso colégio vivenciaram essa troca de experiências também enquanto se locomoviam até Barão Geraldo, onde fica a Facamp. Isso porque o ônibus que os transportou, levou também alunos de outras 3 escolas da cidade, o que significa que todos eles tiveram a oportunidade de superar muitas das concepções que tinham sobre os alunos de escolas diferente da sua. Enfim, em vários níveis, os alunos puderam perceber a importância da busca pela convivência pacífica e igualitária, de forma respeitosa, significativa e muito envolvente! Ano que vem estaremos lá novamente!
Lucas de Souza – Comunicação e Marketing – Colégio Salesiano Dom Bosco – Americana