O Congresso Internacional de Obras e Serviços Sociais Salesianos (OSSS) foi encerrado ontem, domingo, 2 de outubro, em Turim. Após cinco dias intensos de trabalho, o evento atingiu seu auge com o discurso de encerramento do Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil, P. Miguel Angel García Morcuende
No sábado, 1º de outubro, os trabalhos do Congresso Internacional mantiveram o mesmo esquema dos dois dias anteriores. Pela manhã, foi concluído o percurso meditativo sobre o episódio da ressurreição do filho da viúva de Naim. “Ao ressuscitar o jovem dos mortos, a família se restabelece, restabelecendo os laços de comunicação entre mãe e filho (…). Este é o grande milagre desta história de ressurreição, a presença de um Deus que acompanha o seu povo, que dá esperança e vida às pessoas, que gera unidade nas famílias e na sociedade (…). Como Congregação salesiana, somos testemunhas diárias de como Jesus continua a ressuscitar milhares de jovens e famílias” foram alguns dos pontos destacados pelos dois guias da Lectio Divina, o P. Rafael Bejarano, Coordenador das Obras Sociais no Setor da Pastoral Juvenil e coordenador do Congresso, e o Sr. Javier Carabaño Rodríguez, especialista em comunicação e identidade, ligado ao ambiente salesiano.
Na sequência, Carlos Ballesteros, Diretor da Cátedra de Impacto Social da Pontifícia Universidade de Comillas, em Madri, apresentou o relatório central do dia, sobre o tema “A pegada que deixamos. Desafios e oportunidades para medir o impacto que geramos”. O dr. Ballestreros abriu seu discurso destacando a diferença entre alcançar determinado resultado ou sucesso e o significado mais profundo de gerar impactos no campo do trabalho social. Em seguida, colocou algumas perguntas-chave para ações que possam gerar impactos efetivos e apresentou técnicas, diretrizes e ferramentas para efetuar uma avaliação eficaz sobre as mudanças geradas. Sua apresentação detalhada abordou diversos pontos concretos relativos à gestão e direção dos trabalhos corriqueiros das obras e serviços sociais e concluiu indicando a todos os inúmeros compromissos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável promovidos pelas Nações Unidas, uma boa oportunidade também para a participação da Igreja na construção de “um mundo melhor, mais fraterno, limpo, justo, livre e caritativo”.
O dia prosseguiu com a sessão de diálogo entre os jovens sobre o papel dos Ex-alunos Salesianos nas obras sociais e com a participação, dividida em grupos, dos vários participantes, na terceira fase dos minicursos da manhã e da tarde boas práticas escolhidas por eles.
No domingo, 2 de outubro, as atividades ocorreram apenas na parte da manhã, com a última sessão dos minicursos e as conclusões finais, com o P. García Morcuende, que fez um discurso detalhado mencionando algumas EVIDÊNCIAS identificadas e indicando uma série de CONCEITOS que estão na base do Congresso, para traçar, por fim, algumas PROPOSTAS para o FUTURO.
No contexto das EVIDÊNCIAS, destacou as mudanças induzidas pela globalização socioeconômica e cultural, bem como a opção preferencial salesiana de serviço aos últimos, a necessidade de mecanismos de coordenação que não deixem que a ação da OSSS fique isolada nas Inspetorias e a riqueza constituída pela grande experiência salesiana no setor e pela diversidade de iniciativas realizadas no mundo.
No que diz respeito aos CONCEITOS, o Conselheiro Geral para a Pastoral Juvenil indicou diversos caminhos para que as OSSS sejam sempre significativas, ou seja, “batalhas a serem vencidas para perseguir sonhos e educar pessoas”: trata-se de passar “da armadilha do reaproveitamento à mobilização em territórios desconhecidos”; da fragmentação às redes e interdependência; de uma relação funcional a uma abordagem que saiba mostrar a atenção salesiana; das simples aspirações ao autêntico respeito pelos Direitos Humanos, vistos como garantia do respeito pela dignidade humana; do paradigma da eficiência a uma abordagem baseada na responsabilidade; da busca de caminhos lineares ao acompanhamento em processos de desenvolvimento individualizados e holísticos; isso tudo atuando em todas as frentes, a política, o desenvolvimento humano e a denúncia de realidades injustas.
Por fim, o P. García Morcuende entregou aos presentes uma lista detalhada de 20 PROPOSTAS para o FUTURO, viáveis em contexto local, inspetorial ou nacional e Regional ou da Congregação: destacou a busca de sinergias e colaborações em vários níveis, as inovações a serem cumpridas já na fase de formação inicial, na valorização da dimensão digital, na diversificação das fontes de subsistência das obras, na formação de funcionários e voluntários, na adoção ou aperfeiçoamento de atividades de advocacy. Ele também sugeriu trabalhos em alguns âmbitos preferenciais da ação social salesiana, como ações com migrantes e refugiados ou na formação profissional; e propôs trabalhar para a mensuração dos impactos gerados, desenvolver um mapa global da OSSS e uma agenda de causas a serem defendidas mundialmente.
O Congresso Internacional das Obras e Serviços Sociais Salesianos foi concluído com uma Eucaristia presidida pelo Reitor-Mor dos Salesianos, P. Ángel Fernández Artime.
Com Informações e Imagens: ANS – Turim