Na quarta-feira, 6 de maio, foi realizado no Centro Inspetorial, em São Paulo, mais duas edições do Encontro Inspetorial de Comunicação Social. Os encontros foram divididos por segmentos e trabalharam as temáticas “Marketing Social e captação de recursos” para os participantes ligados às obras sociais salesianas e “Marketing Educacional” para os participantes ligados às escolas e instituições de ensino superior salesianas.
A comunicação, o marketing e a captação de recursos
O evento realizado no período matutino foi dedicado aos colaboradores de comunicação e marketing e demais interessados que atuam nas obras sociais da inspetoria. Participaram representantes das presenças de Campinas, Pindamonhangaba, São Carlos e São Paulo, entre eles os padres João Gabriel Galhoti Pinto, William de Lima e Tiago Eliomar G. de Morais.
A temática do encontro foi conduzida por Fernanda Dearo, empresária especialista em marketing social e captação de recursos. Durante cerca de três horas, ela abordou conceitos como a percepção das empresas sobre a captação de recursos, a inter-relação entre comunicação, marketing e captação de recursos, os aspectos dos quais depende uma boa captação de recursos, o planejamento para a captação de recursos, as principais ferramentas de comunicação e marketing disponíveis para esse trabalho, aspectos psicológicos que devem ser levados em consideração, além de discutir com os participantes sobre questões jurídicas para a captação de recursos, como leis de incentivo e como abordá-las com os públicos.
Fernanda afirma que o primeiro passo para uma boa captação de recursos é entender bem a causa da organização, ou seja, a missão da mesma, e identificar os motes de sensibilização. Ela também apontou o maior problema encontrado para a realização desse trabalho: “A maior falha das equipes de elaboração de projetos (para editais, licitações, concorrências) é não convidar o captador de recursos para o processo”, o que resulta em falhas de entendimento, identificação e apresentação das demandas da organização em suas várias etapas. E falou também sobre o problema das organizações confessionais e do terceiro setor têm sobre a necessidade de profissionalização. “É extremamente necessário que as instituições profissionalizem sua comunicação e sua captação e para isso é necessário investimento e para investir é necessário dinheiro. Mas não têm dinheiro porque não investem e não investem porque não têm dinheiro. E assim fica-se em um ciclo vicioso”, conclui.
A visão contemporânea do marketing educacional
O encontro vespertino foi direcionado aos colaboradores de comunicação e marketing das escolas e instituições de ensino superior. Representantes das presenças salesianas de Americana, Campinas, Cruzeiro, Lorena e São Paulo se reuniram para escutar e interagir com o consultor de marketing educacional, escritor, colunista do portal Mundo do Marketing e criador do portal Quem Disse, Rafael Villas Bôas Albergaria.
Rafael explicou que as instituições de ensino devem pensar o processo de relacionamento com o aluno atuando com três gestões interligadas: gestão da comunicação, gestão comercial e gestão da retenção. Apresentou estatísticas que mostram a mudança ordem de importância do uso dos canais de comunicação para o trabalho de marketing, evidenciando o aumento exponencial da internet como a forma mais eficiente de relacionamento com os públicos e colocando o mobile como o suporte principal a ser levado em consideração por essas organizações. “O pai dá um fone para o filho com acesso à internet. Ali está o acesso a todo o conhecimento produzido no universo e não é possível que as escolas não explorem esse potencial”, afirmou. Nesse sentido a Rede Salesiana de Escolas está no caminho certo, uma vez que já está adotando o material didático digital de forma complementar ao material didático comum, sendo possível o acesso por tablet, celulares e outros dispositivos com acesso à internet.
Villas Bôas mostrou também a relação entre investimento e segmentação para a captação de alunos e apontou o mercado educacional como emergente entre as áreas que mais investem em mídia no Brasil, além de ações preventivas e reativas que as instituições devem tomar de acordo com o cenário apresentado, entre outras informações técnicas.
“É necessário que as escolas e universidades tenham um sistema preditivo de evasão (dos alunos). É possível prever se um aluno vai ou não deixar a instituição monitorando os sinais que ele deixa”.
Os dois encontros reuniram cerca de 40 pessoas e a próxima edição está prevista para o dia 5 de agosto, em São Paulo.
Texto: Anderson Bueno / Fotos: Guilherme Bonane