“Israel, o Senhor te escolheu”, afirma a leitura de Deuteronômio, apresentada na Liturgia da Palavra do sábado, 28 de fevereiro de 2015. Foi ouvindo essa passagem da Escritura que os membros de diversas equipes de animação vocacional da Inspetoria Salesiana de Nossa Senhora Auxiliadora, São Paulo, vivenciaram a oração inicial no primeiro encontro do ano, na casa inspetorial, na capital.
O encontro foi coordenado pelo animador do Serviço de Animação Vocacional, Pe. Glauco Landim, e pelos estudantes de teologia José Rodolfo dos Santos, Marcio Fernando de Castro e Eraclides Pimenta. Para a formação temática, foi convidado o Pe. Assis Moser, diretor da comunidade salesiana da Lapa.
No início da sua fala, Pe. Assis lembrou um pensamento do saudoso Dom Luciano Mendes de Almeida: “Para os que tem fé o céu é fazer a outros felizes”. Esse pensamento serviu de motivação para o desenvolvimento do tema central da formação: critérios de admissão vocacional.
Segundo o Pe. Assis, apoiado nos documentos da Congregação Salesiana e da Igreja, que tratam da formação dos candidatos à Vida Consagrada, o discernimento deve estar sempre acompanhado de autenticidade. E ainda, o discernimento vocacional:
• requer oração permanente e silêncio interior;
• caracteriza a vida cristã;
• vem da liberdade da pessoa;
• afeta a conduta e a caminhada cristãs.
A vida de Jesus foi marcada por constantes discernimentos, basta conferir as passagens dos evangelhos segundo Lucas 6, 12-19, Marcos 1, 12-20 e Lucas 22, 39-46. Da mesma maneira Dom Bosco deixou-se guiar pela mensagem de Deus, “Lida” nos seus sonhos, sobretudo o “Sonho dos nove anos”. Esse episódio, que segundo o próprio Dom Bosco, se repetiu três ou quatro vezes, se tornou ressonância do chamado do Senhor. Algo extraordinário no seu discernimento vocacional.
O primeiro responsável pela própria vocação é o candidato (vocacionado), daí se entende a firmeza da pergunta: “Que tipo de padre o senhor é?”, feita a Dom Bosco pelo padeiro, no primeiro capítulo num dos filmes mais recentes produzidos sobre a vida do pai e mestre da juventude. Na referida cena, o padre João Bosco defende um jovem que era espancado pelo comerciante após lhe roubar um pão. Chama a atenção a comoção do padre diante da situação na qual um pobre garoto quer apenas matar sua fome. Disso conclui-se a importância de outro aspecto apontado pelo Pe. Assis, como critério de discernimento vocacional salesiano, o amor de predileção pelos jovens mais pobres. Quem não gosta dos jovens mais pobres não serve para ser salesiano.
Também chamou a atenção o dado da escolha frente à renúncia. Afirmou Pe. Assis: “Ninguém vive só de renúncias, é preciso que as escolhas sejam colocadas acima das renúncias”, isso para dizer que a resposta ao chamado à vida consagrada clama por respostas livres, conscientes e decididas.
Os jovens acompanhados no caminho vocacional cristão salesiano têm de ser gente de comunidade, possuir aptidões, virtudes, motivações e reta intenção. A formação inicial salesiana se realiza considerando a partir de quatro dimensões básicas: humana, espiritual, intelectual e educativo-pastoral.
Após o almoço o Pe. Glauco refletiu sobre o vídeo da Estreia 2015 do Reitor-Mor, relembrou as principais datas inspetoriais para as equipes vocacionais e respondeu algumas dúvidas e questionamentos dos participantes. Além disso, aconteceu a apresentação das equipes.
A formação foi encerrada com uma celebração da Palavra na capela da casa inspetorial, cuja temática central foi a lembrança do Ano Bicentenário do Nascimento de Dom Bosco.
Eraclides Reis Pimenta, SDB