O ‘Dia Missionário Salesiano 2017’ focaliza o Primeiro Anúncio do Evangelho entre os Povos Indígenas da América. Ele oferece, portanto, uma boa oportunidade para conhecer melhor a mais longa experiência missionária da Congregação Salesiana, iniciada na Patagônia por Dom João Cagliero. Entre os missionários presentes hoje no continente americano, exatamente entre a Patagônia e a Pampa argentina, está o P. Natalino Venâncio Freitas de Jesus, originário de Timor-Leste (Extremo Oriente).
Os testemunhos dos missionários salesianos em Timor-Leste estão na raiz da minha vocação missionária. Em seguida refleti muito sobre a vida missionária e depois de um período de discernimento e diálogo com o Inspetor Salesiano, expus, numa carta enviada ao Reitor-Mor, o meu desejo de ser missionário, tendo sido designado à Argentina. Em setembro de 2008 recebi a Cruz Missionária em Turim. Um mês depois estava na Patagônia. Cuidei de aprender a língua, a cultura, e fiz as primeiras experiências entre os jovens da paróquia: uma experiência muito linda de fraternidade e de vida apostólica, especialmente com os indígenas da Patagônia, Plateau Gangan, Trelew.
Atualmente vivo na Região Pampa Ocidental – Victorica (Argentina). Durante a semana, pela manhã trabalho no internato do Instituto São João Bosco, que atende 640 alunos, de todas as faixas de idade. Muitos deles são vulneráveis devido à realidade socioeconômica e às complexas realidades familiares existentes entre a população. De tarde, ao invés, trabalho no centro diurno, com meninas e jovens vulneráveis e indefesos, no “Inaun Don Bosco”. Damos acompanhamento escolar, oficinas de artesanato, uma merenda. Tais realidades me convidam a refletir mais uma vez sobre a situação juvenil, especialmente sobre o seu… abandono. (….)
Durante os fins de semana, junto com os outros Salesianos (SDB) e Filhas de Maria Auxiliadora (FMA), partilhemos momentos de celebração; animamos encontros de catequese, visitas às áreas rurais, visitas a casas; fazemos encontros com adolescentes no sábado de tarde e programas radiofônicos…
Trabalhar com os povos indígenas, especialmente com os Mapuches, permanece uma opção fundamental da nossa Inspetoria, Argentina Sul (ARS): significa anunciar a Boa Notícia, denunciar quanto ofende a dignidade do Povo mapuche e da sua terra, defender seu território, manter a proximidade com o povo, favorecer o respeito e o apreço da cultura e da autodeterminação dos Povos, buscar, junto com as várias comunidades, possibilidades alternativas para uma sua vida condigna.
Sou feliz de ser um missionário na terra sonhada por Dom Bosco!
Fonte: AustraLasia