Quase à meia-noite de sexta-feira (19/02), na Europa, os jornais italianos sacudiram o mundo da literatura e da cultura com a notícia da morte de Umberto Eco, escritor, filósofo, mas sobretudo ex-aluno de Dom Bosco. Eco recebeu uma educação salesiana e, em muitas de suas obras, fez referência aos Salesianos e a Dom Bosco. Numa entrevista recordou os belos momentos vividos com os Salesianos e recordou expressamente o padre Celi: “este salesiano ensinou-me a tocar um instrumento musical”.
Falando do padre Celi, a sua memória quase se imobilizou no tempo. “Em 5 de janeiro de 1945 fui vê-lo, não propriamente tranquilo, e disse-lhe: ‘Padre Celi, hoje completo 13 anos’. Ele respondeu-me um tanto rispidamente: ‘Muito mal gastos’. O que queria dizer com isso? Que tendo chegado àquela veneranda idade, deveria iniciar um sério exame de consciência? Acredito, porém, que o padre Celi sabia, e ensinava-me, que um professor deve pôr em crise os seus discípulos”. Sem dúvida, e além do que se possa pensar, Umberto Eco recebeu a formação salesiana e ela impregnou a sua vida.
Este grande pensador manifestou que a maior Obra de Dom Bosco foi o ‘Oratório’. “O Oratório é a grande revolução de Dom Bosco. Dom Bosco a inventa e, depois, a exporta à rede das paróquias e da Ação Católica, mas o núcleo está aí, quando este genial reformador entrevê que a sociedade industrial requer novos modos de agregação, antes juvenil e depois adulta, e inventa o oratório salesiano: uma máquina perfeita em que há canais de comunicação, do jogo à música, do teatro à imprensa”.
Umberto Eco nasceu em 5 de janeiro de 1932 na cidade de Alessandria, Piemonte, no centro do triângulo entre Gênova, Milão e Turim. Quando ainda criança, com sua mãe, Joana, transferiu-se a uma pequena aldeia das colinas piemontesas, durante a 2ª guerra mundial. Naqueles ambientes conheceu os Salesianos.
Eco recebeu uma educação salesiana e, para além das suas convicções pessoais, passou pelos ambientes salesianos, impregnou-se de Dom Bosco e sempre se referiu aos Salesianos com afeto e gratidão. Repousa em paz, Umberto Eco!
Texto: ANS – Roma – Tradução: P. José Antenor Velho / Foto: DR