O Museu da Obra Salesiana no Brasil, localizado em São Paulo, foi uma das cinco instituições contempladas pelo edital nº 19/2015 do ProAC (Progama de Ação Cultural) voltado para a Preservação de Acervos Museológicos. Ao todo o MOSB concorreu com projetos de outras 25 instituições do Estado e foi selecionado juntamente com a Associação Amigos do Centro Cultural São Paulo, a Associação Cultural Corporação Musical Saltense Salto, Associação Jaboticabalense de Educação e Cultura Jaboticabal e o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
A primeira seleção dos proponentes foi publicada no diário Oficial dia 18 de agosto desse ano e o resultado final foi divulgado no dia 21 de setembro. O contrato com a Secretaria de Estado da Cultura foi assinado em 6 de outubro e os trabalhos iniciarão em breve.
O projeto possibilitará a adequação do acervo musical do MOSB, conhecido como Acervo Musical José Geraldo de Souza que é composto por cerca de 5 mil itens. Um dos conjuntos mais interessantes é o de música para piano, no qual existem obras de vários estilos e épocas diferentes. Do Segundo Império destacamos desde polcas, valsas, schottischs e outros gêneros de música de salão, até fantasias e caprichos de compositores como Gottschalk e Thalberg pelos quais os pianistas mais habilidosos podiam mostrar sua virtuosidade. Muitas destas obras foram impressas no Brasil, em casas como a Pierre Laforge, Bushmann & Guimarães, Filippone e Tornaghi, Arthur Napoleão, Casa Vieira Machado etc.
Além do Rio de Janeiro, outras cidades brasileiras estão representadas, como Recife (PE), de onde vieram vários exemplares de música impressa por Antônio José d’Azevedo, que lá atuava por volta de 1920, ou de Salvador (BA) como as obras do compositor Olegário Pinto de Sales, compositor baiano falecido em 1871, e cujas polcas Para-Raios e Palais Royal, existentes na SM-MOSB, ainda não foram identificadas em outras bibliotecas brasileiras. O acervo será tratado a fim de permitir o acesso ao público interessado e aos pesquisadores da área. Serão realizadas ações de higienienização, catalogação, digitalização e acondicionamento.
A sala onde permanecerá o acervo foi denominada José Geraldo de Souza em homenagem ao padre salesiano que foi grande um personagem importante no cenário musical nacional e internacionalmente. O padre salesiano obteve doutorado em música cujo título é o primeiro da América Latina e foi responsável pela reformulação da música sacra brasileira pós-concílio incorporando o folclore em suas composições a fim de popularizá-las.
O trabalho será realizado sob a responsabilidade de Flaviana Souza, gestora cultural, responsável pela comunicação e educativo do MOSB, acompanhada por Me. Fernando Binder, musicólogo doutorando do Programa de pós-graduação na Escola de Comunicação e Artes da USP, mestre em Musicologia e bacharel em Composição e Regência pelo Instituto de Artes da UNESP que atuará como coordenador técnico em acervo musical e pela Drª. Dulcília Silva, doutorada pela Universidade de São Paulo (2003), responsável pela constituição do banco de dados e pela catalogação do acervo de Etnologia Indígena no Departamento de Patrimônio e Inventário do Museu das Culturas Dom Bosco, especialista em conservação preventiva e responsável pela conservação preventiva e catalogação do acervo do MOSB que executará a função de coordenadora técnica em preservação e conservação de acervo.
Equipe MOSB