Um novo documento escrito pelo papa Francisco foi apresentado na segunda-feira, 29, durante coletiva de imprensa no Vaticano. A Constituição Apostólica “Veritatis Gaudium” ou “A Alegria da Verdade” versa sobre as universidades e faculdades eclesiásticas e substitui a Constituição Apostólica “Sapientia Christiana ou “Sabedoria Cristã”, escrita pelo então papa João Paulo II. Francisco assumiu a revisão do documento após a Congregação para a Educação Católica propor um novo quadro formativo.
“Passados quase quarenta anos, fiéis ao espírito e às orientações do Vaticano II e como sua oportuna atualização, torna-se hoje necessário e urgente uma atualização da referida Constituição Apostólica. De fato, permanecendo plenamente válida na sua visão profética e no seu lúcido ditame, precisa de ser integrada com as disposições normativas entretanto emanadas, tendo em conta ao mesmo tempo o desenvolvimento no campo dos estudos acadêmicos que se registou nas últimas décadas bem como as mudanças no contexto sociocultural a nível global, e ainda quanto foi recomendado a nível internacional na implementação das várias iniciativas a que aderiu a Santa Sé”, escreveu o pontífice.
Na apresentação do documento, o prefeito da Congregação para a Educação Católica, cardeal Giuseppe Versaldi afirmou aos jornalistas que a Constituição sobre os estudos acadêmicos eclesiásticos indica o sentido para uma renovação e um impulso da contribuição dos estudos eclesiásticos para uma Igreja missionária em saída, como inspirada na “Evangelii Gaudium”. Também presente na coletiva o secretário da Congregação, dom Angelo Vincenzo Zani destacou algumas novidades do documento. De acordo com ele, além de confirmar as disposições anteriores, a Constituição prevê novidades de natureza diversa, sendo que algumas dizem respeito aos cursos de estudos e aos relativos títulos, outras a figura dos docentes e de pessoas com cargo de responsabilidade e ainda algumas de aspectos institucionais.
Novidades
Uma das singularidades da nova Constituição é o Ensino à Distância. “A revolução informática e telemática é perpetrada amplamente nos sistemas acadêmicos abrindo cenários antes impensáveis com oportunidades novas de conhecimento, estudos e pesquisa”, afirmou dom Zani. Isto porque o documento prevê que uma parte dos cursos possa ser desenvolvida na modalidade à distância se o ordenamento dos estudos, aprovado pela Congregação para a Educação Católica, pressupor e determinar as condições.
Para o presidente da Comissão para a Cultura e Educação da Conferência Nacional dos Brasil (CNBB), dom João Justino de Medeiros Silva com a Constituição o papa convoca a todos a olhar para as novas instituições universitárias, marcadas seja pelos inúmeros desafios da contemporaneidade, seja pelo testemunho de educação inspirada na tradição cristã, no contexto de um renovado compromisso de ser Igreja à luz da Evangelii gaudium. “Logo os responsáveis das Universidades e Faculdades Católicas do Brasil, em comunhão com os bispos, vão estudar a Constituição e a Igreja no Brasil saberá assimilar e aplicar a Veritatis gaudium de modo exemplar”, disse o bispo.
Acesse a Constituição na íntegra.
CNBB com informações do Boletim da Santa Sé