A crônica do colégio salesiano de Viedma recorda que, de acordo com a tradição, no dia 15 de março de 1951, pela manhã, o grande sino anunciou o voo ao céu do salesiano coadjutor Artêmides Zatti, e relata estas palavras proféticas: “um irmão a menos na casa e um santo a mais no céu”.
“A canonização de Artêmides Zatti é um dom da graça. O testemunho de santidade que Deus nos dá através deste coirmão, que viveu a sua vida no espírito de família típico do carisma salesiano, encarnando a fraternidade para com os coirmãos e a comunidade salesiana, e a proximidade com os pobres e doentes, e com os que encontrava pela rua e caminhos, é um evento de bênção a ser acolhido e explorado…”, recorda o padre Pierluigi Cameroni, postulador geral para as Causas dos Santos da Família Salesiana.
A simpática figura de Artêmides Zatti é um convite a oferecer, aos jovens, o fascínio da vida consagrada, a radicalidade do seguimento de Cristo obediente, pobre e casto, o primado de Deus e do Espírito, a vida fraterna em comunidade, doando-se totalmente à missão. Mais: a vocação do salesiano coadjutor faz parte da fisionomia que Dom Bosco quis dar à Congregação Salesiana. Floresce mais facilmente e melhor onde se promovem as vocações apostólicas leigas entre os jovens e onde se oferece a eles um alegre e entusiasmado testemunho de consagração religiosa, como o de Artêmides Zatti.
Intercessor das vocações
Nas palavras do Papa Francisco por ocasião da audiência com a Família Salesiana na véspera da canonização:
“O quarto e último traço que gostaria de salientar: ele é intercessor pelas vocações. Eu o experimentei. Narro-vos uma experiência pessoal. Quando eu era provincial dos Jesuítas, na Argentina, conheci a história de Artêmides Zatti, li a sua biografia e confiei-lhe o pedido ao Deus de santas vocações para a vida consagrada – laical – para a Companhia de Jesus. Desde que começamos a rezar pela sua intercessão, o número de jovens coadjutores aumentou sensivelmente; e eram perseverantes e muito empenhados. Assim fui testemunha desta graça que recebemos”.
Artêmides Zatti
Setenta e um anos de vida diante de Deus e diante dos homens; uma vida de entrega com alegria e fidelidade até o fim, encarnada na vida cotidiana, nas enfermarias dos hospitais, de bicicleta pelas ruas de Viedma, nas agruras da vida concreta para enfrentar exigências e necessidades de todo o tipo, vivendo as situações cotidianas com espírito de serviço, com amor e sem clamor, sem reclamar nada, com a alegria da doação, abraçando com entusiasmo a vocação de salesiano coadjutor e tornando-se reflexo luminoso da bondade de do Senhor Deus.