No dia 19 de abril, foi celebrado o Dia do Indígena. Sendo este, o dia de celebrar a história de nosso povo, a origem de uma cultura que destaca cada canto do Brasil e que realça a diversidade de nosso país. Para exaltar toda essa beleza, a turma do CEDESP Vila Paulistana contou com diversas atividades dos povos originários, incluindo artesanato, caligrafia, grafismo e culinária.
A educadora Gaiza Camerina, leu o conto amazônico “Waranã (Guaraná)” na língua indígena Nheengatu, enquanto o educador Gerson Rocha traduzia para a Língua Portuguesa. Também foi comemorado os aniversariantes do mês de abril, com um alegre “parabéns para vocês”, e cardápio especial, incluindo mandioca, alimento típico da cultura indígena. Alguns educandos e educadores mostraram seus talentos culinários, pois houve degustação de alimentos típicos produzidos por eles. Durante a semana, cada turma fez pesquisas sobre a culinária, chás/plantas/ervas medicinais, curiosidades, artesanato, personalidades, símbolos, linguagem e história dos povos originários, e no dia 19 foi o momento de expor todo este conhecimento.
“Pelo fato que eu não conhecia muito a cultura indígena, foi bastante interessante conhecer mais sobre os povos originários. Adorei o conto “Guaraná” e me interessei bastante pela língua indígena. Das curiosidades gostei de descobrir sobre a canjica, pois como sempre serve nas festas juninas, não sabia que a origem era da cultura indígena.”, disse Thiago Santos Silva, Educando de MRC.
Waranã – Guaraná
1.Kuxiíma, paá, arara uikú çumuara-etá irũmu, amü arara-etá, kaá upé.
Antigamente, dizem que a arara estava na mata com as amigas e outras araras.
2.Yepé ara, paá, parawá uyukuau, açuí übeú yepé marädúwa i xupé.
Um dia, dizem que o papagaio apareceu e começou a contar uma história para elas.
3.Aikué, paá, kuxiíma yepé arara purãga retãna iké, kaá upé – Aé uikú i pepu çukiuna, piräga irũmu.
Havia, dizem antigamente, uma arara muito bonita aqui – Ela tinha suas penas azuis com vermelho.
4. Aé uyumuçé putira-etá, wirá-etá, ma uyumuçé píri waranã maãreçé aé piräga mayé i pepu yawé.
Ela gostava de flores e de pássaros, mas gostava ainda mais de guaraná porque era vermelho como as suas asas.
5.Arara umaité aé waranã yara. Ti në awá upisika aé.
Ela pensava que ela era dona do guaraná. Não deixava que ninguém o pegasse.
6.Yepé ara, paá, yepé akutipurú übaú kûaíra waranã, açuí arara i piaíwa.
Um dia, contam que um esquilo caxinguelê comeu um pouco de guaraná, e a arara ficou uma arara.
7. Arara unhëë i xupé aé upituú arãma, ma aé ti upituú të.
A arara falou com ele para parar, mas ele não parou mesmo.
8.Aramë aé uçenuï çumuara-etá umüdá arãma waranã kaapura pawa, açuí äitá uyutima pawa.
Então ele chamou seus amigos para roubar o guaraná de toda a floresta, e eles enterraram tudo.
9.Ma arara-etá ti ukuau mamë waranã-etá uikú, ti ana ãitá uwaçemü ãitá ariré.
Mas as araras não sabiam onde o guaraná estava, não os acharam mais.
10. Ãitá upitá çasiara, ma ara-etá uçaçá, açuí çaïnha-etá usiní’ana.
Elas ficaram tristes, mas o passar do tempo, e as sementes germinaram.
11.Aramë uyumaã yepé kaá tereçemü waranã-iwa irũmu të.
Então, via-se uma floresta cheia com árvores de guaraná.
12.Aramë arara-etá ti’ana uyakú amü sôó-etá, ãitá übaú reçé waranã.
Então as araras não repreenderam outros animais por eles comerem o guaraná.
13. Parawá upituú i marädúwa, açuí arara upuká retãna i irũmu, umaité ti çupí nhaã marãdúwa.
O papagaio parou sua história, e a arara riu muito com ele, pensando que aquela história não era verdadeira.
14. Aramë parawá unhëë:
Então o papagaio falou:
15. Ëë, çupí të. Akutipurúïma-etá ti maã yamaã kurí waranã-etá.
Sim, é verdade. Sem os esquilos Caxinguelês não veríamos guaranás.
16. Akutipurú-etá murakí umunhã’ana panhë-etá çurí!
O trabalho dos esquilos fez todos felizes.