Entre os dias 13 e 18 de maio, o Museu da Obra Salesiana no Brasil (MOSB) participou da 17º Edição da Semana Nacional de Museus. O evento é uma realização do Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado em 18 de maio. Para este ano, o tema foi “Museus como núcleos culturais: o futuro das tradições”.
A oportunidade de discutirmos o futuro das tradições nos espaços museais traz à tona toda uma complexidade e ao mesmo tempo uma satisfação enorme em mostrar para os visitantes a importância de se fazer este diálogo.
Ao pé dá letra, a palavra tradição tem o significado de “entregar”, “passar a diante”, mas sabemos que a mesma vai muito além disso. Ela é a continuidade ou permanência de uma doutrina, visão do mundo, costumes e valores de um grupo social ou escola de pensamento. As tradições representam uma peça crítica do nosso desenvolvimento como seres humanos, pois servem como estrutura e fundamento para nossas famílias e sociedade, além de nos lembrar que somos parte de uma história que define nosso passado, moldam quem somos hoje e quem seremos amanhã. Elas perpetuam os valores que aprendemos com nossos pais, que aprenderam com seus pais e assim por diante.
Pensando dessa forma, o MOSB realizou uma série de atividades com os alunos do colégio Liceu Coração de Jesus na tentativa de resgatar essas tradições que por muitos já foram esquecidas. As ações foram pensadas com o intuito de integrar as crianças, adolescentes e adultos trazendo à tona alguns sentimentos, memórias e afetos.
Entre os dias 6 e 10, os alunos do curso de Educação de Jovens e Adultos – EJA – participaram do “Esquenta 17º SMN”. A atividade Mural das Tradições, desenvolvida pela educadora Andrea Saluceste, possibilitou o resgate das memórias afetivas desses alunos. Os grupos foram convidados a resgatar uma tradição da sua infância, de sua terra natal e transportá-las para um papel com auxílio de materiais (lápis, revistas, giz de cera entre outros) e, ao final, compartilharam suas memórias com os outros participantes. Segundo a educadora, a atividade “foi uma possibilidade de mergulhar nas histórias e memórias de cada aluno, histórias essas que não são abordadas no seu dia a dia. O ato de expressarem os seus sentimentos por meio da atividade e serem ouvidos mostrou ser muito importante para eles”.
Na segunda-feira, 13, e terça-feira, 14, os alunos da Educação Infantil e Ensino Fundamental l participaram das oficinas de peteca e bilboquê, dando autonomia para que construíssem e decorassem os seus próprios brinquedos. Na quarta-feira, 15, os alunos do Ensino Médio tiveram uma sessão de cinema, momento em que assistiram ao filme “Narradores de Javé” que, além de ilustrar parte dos conteúdos vistos em sala de aula com a professora Vany Santos, contribuiu para reforçar as discussões sobre diversos temas, como a formação cultural de um povo; heranças históricas; crenças; valores; oposição entre memória, história, verdade e invenção; importância da oralidade no processo da construção cientifica; dimensão da escrita e da fala; confronto entre o progresso e as tradições do vilarejo.
Na quinta-feira, 16, e sexta-feira, 17, as ações foram direcionadas às turmas do Ensino Fundamental II. Os alunos participaram de uma oficina de pião e um sarau de contos indígenas.
E para celebração do dia Nacional dos Museus, no sábado, 18, o MOSB promoveu para o público geral uma Oficina de Cerâmica, ministrada pela professora do curso técnico em Museologia, Priscila Leonel. Os participantes colocaram a mão na massa e produziram algumas peças de argila. Além de ser uma atividade bastante divertida, o trabalho com argila é uma excelente maneira de desenvolver as habilidades táteis. E para as crianças, o barro dá oportunidade de pensarem em estruturas, formas e figuras.
Marcos Lima – Coordenador do MOSB
